FHC diz que antecipar eleições seria 'gesto de grandeza' de Temer

Ex-presidente declara, porém, que mudança deveria ocorrer com anuência do presidente para tudo ser 'mais fácil'

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Por Daniel Weterman
Atualização:

Além de relativizar o apoio do PSDB ao governo do presidente Michel Temer (PMDB), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sugeriu nesta quinta-feira, 15, que seria um gesto de grandeza se o peemedebista antecipasse eleições gerais. Em nota enviada ao jornal O Globo, o tucano lembrou que, anteriormente, havia classificado como "golpe" a ideia da oposição de antecipar eleições, mas, desta vez, falou que falta "legitimidade" ao presidente e que a medida seria um "gesto de grandeza" para atender a um pedido popular. "A ordem vigente é legal e constitucional ( dai o ter mencionado como "golpe" uma antecipação eleitoral), mas não havendo aceitação generalizada de sua validade, ou há um gesto de grandeza por parte de quem legalmente detém o poder pedindo antecipação de eleições gerais ou o poder se erode de tal forma que as ruas pedirão a ruptura da regra vigente exigindo antecipação do voto", afirmou o ex-presidente. O ex-presidente disse que sua percepção tem sofrido "abalos fortes" assim como a conjuntura política do País. "Se eu me pusesse na posição de presidente e olhasse em volta, reconheceria que estamos vivendo uma quase anomia", escreveu. Na mesma nota, o tucano declarou que Temer tem a responsabilidade de decidir "se ainda tem forças para resistir e atuar em prol do País". Em entrevista ao jornal, no entanto, após a divulgação da nota, FHC reforçou que a realização de eleições gerais exigiria uma mudança na legislação e ocorreria "mais facilmente" com o aval de Temer. "Não obstante e ainda mais por isso, devemos obedecer estritamente a Constituição. Novas eleições requerem emenda constitucional que, a meu ver, deveria ser antecedida por mudanças na legislação eleitoral. Portanto, tudo ocorreria mais facilmente com a anuência do presidente." As declarações do tucano foram dadas após ele ter enviado a mesma nota à Agência Lupa, que foi publicada no jornal Folha de S. Paulo desta quinta, sugerindo que o PSDB reavaliasse sua posição de apoiar o governo. "Preferiria atravessar a pinguela, mas, se ela continuar quebrando, será melhor atravessar o rio a nado", disse. 

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