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Federais protestam em frente ao Ministério da Justiça

Agentes protestam contra MP 657 com 16 caixões que representam número de suicídios cometidos por policiais federais nos últimos dois anos

Por DIDA SAMPAIO
Atualização:

Cerca de cem agentes da Polícia Federal fizeram nesta terça-feira um protesto em frente ao Palácio da Justiça, na Esplanada dos Ministérios. Os policiais colocaram, na rampa de acesso ao prédio, 16 caixões. Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol), Flávio Werneck, tais caixões representam a quantidade de mortes de policiais federais por suicídio durante a gestão do atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O já famoso "elefante branco" das manifestações dos policiais também marcou presença no protesto de hoje.

Agentes colocaram 16 caixões em frente à sede da pasta; número representa quantidade de policiais que cometeram suicídio nos últimos dois anos. Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Apesar do protesto, o Sindipol do DF decidiu interromper o período de 72 horas de paralisação e manifestações da categoria, conforme orientação da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). Tal recomendação foi dada depois que houve a sinalização da Casa Civil e do Ministério do Planejamento de avanços nas discussões das reivindicações da categoria, com agendamento de reunião para a quarta-feira (29). Originalmente, a categoria havia programado protestos para os dias 22, 23 e 24 de outubro contra a MP 657, por reconhecimento do nível superior e por melhorias na Segurança Pública. Em cada Estado, os sindicatos decidiram se seguem ou não a recomendação da Fenapef, explica Werneck.

Flávio Werneck explica que um dos principais pontos de queixa envolve a a Medida Provisória 657. "Essa MP retoma parte da PEC 37, que já havia sido rechaçada. Concentra o poder de investigação nas mãos de delegados, concentra o poder nas mãos de poucos", cita. As consequências serão negativas, defende Werneck, com uma "Polícia sem especialização" e com mais quantidade de casos nas mãos de poucos.

"Essa MP é absurda, representa um retrocesso. Editada no apagar das luzes, ela afeta a Polícia Federal e compromete a reestruturação da segurança pública, uma de nossas principais reivindicações. Protestamos contra essa Medida, já chamada de ''MP do vazamento'', feita a toque de caixa por pressão dos delegados em troca do não vazamento de informações de operações da PF que comprometem membros do atual governo", havia comentado o presidente em exercício do Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro (SSDPF/RJ), André Vaz de Mello, conforme nota no site da Fenapef.

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