Fachin afirma que família tem recebido ameaças

Em entrevista à Globonews, ministro do Supremo e relator da Lava Jato afirma revela preocupação com segurança e diz que alertou presidente da Corte Cármen Lúcia

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Por Fabio Grellet
Atualização:
Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal Foto: ANDRE DUSEK/ESTADAO

RIO - O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, afirmou nesta segunda-feira que sua família está recebendo ameaças. Fachin também disse que já pediu providências à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, sobre o caso.

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“Uma das preocupações que eu tenho não é só com o julgamento, mas também com a segurança de membros de minha família. Tenho tratado desse tema e de ameaças que têm sido dirigidas a membros da minha família”, afirmou o ministro em entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila exibida nesta noite pela GloboNews.

Fachin relatou que já pediu providências também à Polícia Federal. As medidas, disse, já estão sendo adotadas. “Nem todos os instrumentos foram agilizados, mas eu, efetivamente, ando preocupado com isso, e esperando que não troquemos a fechadura de uma porta já arrombada também nesse tema”, completou, demonstrando tensão.

Para Fachin, o principal receio é de que algum familiar seja atacado por causa da sua atuação no STF. “Essas circunstâncias não são singelas, mas em relação a mim, que aqui estou por ter respondido afirmativamente ao chamamento que a vida me fez (...), sou grato à vida por poder prestar esse serviço. Fico preocupado com aqueles que, membros da minha família, não fizeram essa opção e poderão eventualmente sofrer algum tipo de consequência. Mas espero que nada disso se passe”, afirmou.

O ministro, indicado para a Corte em 2015 pela então presidente Dilma Rousseff, não relacionou as ameaças a nenhum caso específico em que esteja atuando ou que tenha julgado. 

Fachin afirmou que as autoridades públicas precisam ter comportamentos exemplares em meio à tumultuada situação atual do País. “Esse fenômeno tem implicado uma certa diluição da autoridade das instituições, dos que ocupam função pública e, ainda mais grave, da autoridade do próprio sistema normativo. O problema é que o outro lado dessa diluição é mais ou menos o Estado de todos contra todos, uma certa barbárie”, avaliou. Para ele, a tarefa de ser relator da Lava Jato é “um grande desafio”.

STF AUMENTA ESCOLTA DE FACHIN

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Após a divulgação da entrevista, o STF informou, em nota, que autorizou o aumento do número de agentes para escolta permanente de Fachin. A presidência do STF reforçou um pedido para que a diretoria-geral da Corte examine e tome providências para aumento de número de seguranças para a família do ministro em Curitiba. / COLABORARAM TEO CURY e RAFAEL MORAES MOURA

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