Exibição de programa do PT tem panelaço e hashtag a favor do governo

Em novas manifestações, convocadas pela oposição, Lula também aparece como alvo

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Foto do author Pedro  Venceslau
Por Pedro Venceslau , Carla Araujo e Valmar Hupsel Filho
Atualização:

Atualizado às 21h55

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São Paulo - Exibido na noite desta terça-feira, 5, em rede nacional de TV, o programa partidário do PT motivou a realização de panelaços e buzinaços em diversas cidades do País, mas não em todas as capitais. Diferentemente do primeiro vídeo que provocou protestos desse tipo – o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff no Dia da Mulher –, os políticos que estavam na tela eram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente nacional do PT, Rui Falcão.

A convocação para o protesto foi feita ao longo do dia, pelas redes sociais e por grupos de mensagens pelo celular. Parlamentares do PSDB também publicaram posts convocando seus apoiadores a baterem panelas durante o pronunciamento, transmitido a partir das 20h30 (horário de Brasília).

Em São Paulo, os panelaços mais fortes mais uma vez foram registrados em bairros nobres, como Higienópolis, Jardins, Perdizes, Bela Vista, Tatuapé, Vila Romana, Ipiranga, Morumbi, Pinheiros, Praça da Árvore, Vila Mariana, Pompeia, Itaim Bibi, entre outros. Os paulistanos contrários ao governo adaptaram o protesto e gritaram “Fora Lula” no lugar do “Fora Dilma” ouvido nas manifestações de rua dos últimos dois meses.

 No Rio, o barulho foi ouvido em diversos bairros da zona sul, como Copacabana, Leme, Lagoa, Ipanema e Botafogo, e da oeste, como Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes. Em Laranjeiras, na zona sul, houve buzinaço e fogos de artifício. Houve barulho também na favela de Pavão-Pavãozinho. No Grajaú, zona norte, houve disputa entre opositores e apoiadores do PT: enquanto alguns batiam panelas, outros gritavam o nome de Lula. Em Niterói, no Grande Rio, também houve panelaço em Icaraí.

Panelaço em Niterói (RJ):

  Em Belo Horizonte, o panelaço novamente se concentrou em bairros de classe média alta, como no pronunciamento de 8 de março. O barulho e os gritos de “Fora, Dilma” foram ouvidos em bairros como Serra e Belvedere, mas não houve protesto, por exemplo, no Salgado Filho, região de classe média baixa.

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Em Salvador, o movimento foi mais forte nos bairros da Pituba, Amaralina, Costa Azul, Ondina, Barra, Graça e Vitória, onde o som do bater das panelas ganhou a ajuda da buzina dos carros e até das vuvuzelas, usadas na Copa de 2014. No Recife, o protesto começou antes mesmo de ter início o programa do PT e prosseguiu após o fim do vídeo.

Panelaço em Perdizes (SP):

 

Panelaço no Pacamebu (SP):

No Sul do País, Florianópolis e Porto Alegre registraram protestos em bairros centrais e nobres. “Foi uma barulheira danada, as pessoas piscavam as luzes”, relatou a aposentada Helena Xavier, moradora de uma região nobre do centro de Florianópolis. Para alívio dos petistas, algumas capitais não registraram panelaços, como Macapá, Porto Velho, Campo Grande e Cuiabá.

“A novidade do panelaço de hoje (ontem) é que as pessoas estão colocando Lula no mesmo grupo de Dilma. Ele deixou de ser o ‘bastião da moralidade’”, disse o empresário Rogério Chequer, porta-voz do Vem Pra Rua, um dos grupos que organizaram o panelaço pela internet.

Protesto no Pará:

Corrupção. Com 10 minutos de duração, o programa do PT teve dois eixos principais: o projeto de terceirização que tramita no Congresso e o combate à corrupção. Lula criticou a proposta que pretende regularizar a mão de obra terceirizada, enquanto Falcão afirmou que filiados da legenda que forem condenados pela Justiça serão expulsos. “A jornada de trabalho de oito horas, as férias, o 13.º salário, as aposentadorias, nada disso caiu do céu. Tudo o que os trabalhadores têm hoje foi duramente conquistado ao longo de gerações. Por isso, não podemos permitir que esta história ande para trás. É isso que vai acontecer se for aprovado o Projeto de Lei 4.330”, diz Lula no vídeo.

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Falcão afirma na gravação que “qualquer petista que cometer malfeitos e ilegalidades não continuará nos quadros do partido”. Sem citar nomes ou casos específicos, como os condenados do mensalão, o presidente do partido diz que “por isso também o PT não aceita que alguns setores da mídia queiram criminalizar todo o partido por causa de erros graves de alguns filiados”.

A medida, determinada por resolução aprovada pelo diretório nacional em 29 de novembro como resposta ao sentimento antipetista verificado nas eleições do ano passado, difere da conduta adotada pela sigla após as condenações do processo do mensalão, quando o julgamento foi tachado por dirigentes e militantes como “político”. No vídeo, o PT volta a defender o fim do financiamento empresarial nas campanhas. 

Twitter.

Ao mesmo tempo em que ocorriam as manifestações contrárias ao governo, nas redes sociais a #TonaLutaPeloBrasil, de apoio ao governo Dilma, ficou entre as mais comentadas na rede social, com várias mensagens favoráveis ao governo.

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