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Executivo diz que Padilha definiu repasses de recursos

José Carvalho Filho afirma no TSE que atual chefe da Casa Civil recebeu senhas e intermediou a distribuição de R$ 5 mi em caixa 2 da Odebrecht para o PMDB

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Foto do author Beatriz Bulla
Por Rafael Moraes Moura , Erich Decat , Beatriz Bulla e Fabio Serapião
Atualização:
Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil Foto: Estadão

BRASÍLIA - Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-executivo da Odebrecht José de Carvalho Filho afirmou que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, intermediou o pagamento de caixa 2 para o PMDB. O ministro teria acertado locais de entrega do dinheiro da empreiteira mediante senhas. O valor destinado ao PMDB chegou a R$ 5 milhões, dos quais R$ 500 mil teriam sido destinados ao então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

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José de Carvalho Filho trabalhava na equipe do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho.

O depoimento de José de Carvalho Filho foi feito no âmbito da ação que apura se a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger. 

De acordo com o que foi relatado à reportagem, teria sido Padilha quem forneceu os endereços para a entrega de dinheiro ao PMDB. Segundo José de Carvalho Filho, um dos locais indicados foi o escritório de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer. Procurado na noite desta sexta-feira, 10, o ministro Eliseu Padilha informou que está em repouso por recomendação médica e não se manifestaria.

Base. Responsável por fazer repasses do “setor de propina” da Odebrecht, Fernando Migliaccio apresentou, também ao TSE, planilha em que constava citação ao ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, presidente licenciado do PSD, segundo relatos. Migliaccio falou em R$ 5 milhões de repasse da empreiteira, mas não teria confirmado se o dinheiro foi diretamente para Kassab ou para o partido. A assessoria de Kassab não se manifestou.

Marcelo Odebrecht foi intimado para duas acareações. O ministro Benjamin confrontou Marcelo e Cláudio Melo sobre versões conflitantes quanto à participação de Temer na definição de que seriam destinados R$ 10 milhões a campanhas do PMDB em 2014. Marcelo e Cláudio mantiveram suas versões.