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Esvaziada pela oposição, CPI começa a ouvir Graça

Por RICARDO BRITO E RICARDO DELLA COLETTA
Atualização:

A CPI da Petrobras do Senado abriu nesta terça-feira, 27, a reunião para ouvir a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Ela deverá falar, entre outros assuntos, sobre a operação de compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). É a terceira vez desde o início de abril que a dirigente fala no Congresso.A oposição adotou a mesma estratégia dos depoimentos anteriores na CPI, quando não compareceu para ouvir o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli e do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró.Foi Cerveró o responsável por elaborar o resumo executivo que embasou a compra de metade de Pasadena. Em nota enviada ao jornal O Estado de S. Paulo em março, a presidente Dilma Rousseff admitiu que o resumo de Cerveró estava incompleto e, se tivesse tido acesso a todas as cláusulas, não teria aprovado a compra da refinaria.Na Câmara, Graça Foster afirmou que à luz dos dados atuais a compra de Pasadena não foi um bom negócio. Ela defendeu, no entanto, que a aquisição se inseria numa estratégia de expansão internacional da companhia. O projeto para a refinaria texana, segundo Graça, era "muito razoável" do ponto de vista econômico.O plenário da comissão conta com mais senadores do que o comum nas reuniões anteriores. Estão na sala de reunião o presidente, o vice-presidente e o relator da CPI, respectivamente, Vital do Rêgo (PMDB-PB), Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP) e José Pimentel (PT-CE), e os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO), Aníbal Diniz (PT-AC) e Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM), e o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). A sala está cheia de jornalistas e assessores.Graça entrou na sala da CPI às 10h30. Antes disso, a CPI aprovou requerimentos, entre eles a de convocação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, solto na semana passada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).Os oposicionistas apostam na instalação da CPI mista da Petrobras amanhã para deslanchar as investigações de denúncias que envolvem a estatal. A avaliação é que, com a participação de deputados, a apuração poderá ser menos blindada pelo governo.

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