O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), apresentou à Agência Estado, nesta terça-feira, 19, documentos que, segundo ele, comprovam que não há duplicidade de recibos de venda de gado de sua fazenda em Alagoas. O Jornal Nacional, da TV Globo, havia acusado o senador de fraudar notas fiscais, recibos, guias de depósitos, cheques e GTAs relacionados às suas atividades agropecuárias. A Polícia Federal entregará o laudo sobre a autenticidade dos documentos nesta terça ao Conselho de Ética. Segundo Renan, há dois recibos diferentes mencionando o mesmo número de cheque - 409.571, do Banco HSBC, assinado por Marcelo Nunes Amorim, com valores diferentes -, por causa de um erro de digitação em um dos recibos. Para comprovar a afirmação, o senador exibiu dois cheques nos valores correspondentes aos dois recibos. O cheque número 409.571, segundo o senador, corresponde ao valor de R$ 30.800, se refere ao pagamento que recebeu pela venda de 550 arrobas de vaca e foi depositado em sua conta corrente no Banco do Brasil. O erro de digitação mencionado por Renan teria ocorrido no último algarismo do número do segundo cheque - no valor de R$ 95.232 -, o qual, de acordo com o senador, é o de número 409.575, correspondente à venda de 1.536 arrobas de boi. O senador apresentou, além dos dois recibos, cópias dos dois cheques com numerações, valores e datas diferentes. Ele disse que, embora os cheques tenham datas diferentes, os dois recibos têm a mesma data - 21 de abril de 2004 -, porque, segundo ele, o segundo é um cheque pré-datado. Renan alega ter faturado R$ 1,9 milhão nos últimos quatro anos com a venda de gado - verba que teria utilizado para pagar a pensão de sua filha de 3 anos com a jornalista Mônica Veloso. Pressionado e sem um relator, o presidente do Conselho de Ética, Sibá Machado (PT-AC), adiou para quarta-feira, 20, a sessão que decidirá o futuro de Renan, com a justificativa também de que só receberá nesta manhã a perícia da PF. "Temos de estudar os papéis."