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Equador proíbe contratos com a Odebrecht

Medida da Justiça equatoriana valerá durante investigações do Ministério Público local sobre esquema de corrupção envolvendo a empreiteira e o governo do país

Por Fabio Fabrini e Josette Goulart e Alexa Salomão
Atualização:

A Justiça do Equador proibiu instituições públicas daquele país de firmar contratos com a Odebrecht. A medida, de caráter preventivo, valerá pelo menos durante as investigações do Ministério Público local sobre esquema de corrupção envolvendo a empreiteira e o governo equatoriano. 

O Equador é o terceiro país a adotar sanções contra a Odebrecht e pode dificultar o cenário de recuperação financeira do grupo. Na semana passada, Panamá e Peru também anunciaram medidas contra a empreiteira brasileira. 

Sede da Odebrecht em São Paulo Foto: JF Diorio/Estadão

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Para se ter uma dimensão da importância dos contratos internacionais da empresa, as obras no exterior representam 80% do faturamento da construtora, que responde por um terço do faturamento total do grupo.

Surpresa. Segundo pessoas ligadas à empresa, a Odebrecht foi pega de surpresa com o grau de detalhamento do documento divulgado pelo Departamento de Justiça americano (DoJ), quando foi fechado o acordo de leniência com os Estados Unidos. A divulgação da lista dos 12 países delatados pela Odebrecht e detalhamento dos pagamentos de propina teria atrapalhado a estratégia que era a de avisar os governos e fechar acordos de colaboração antes que os assuntos viessem à tona. No Equador, por exemplo, o relatório dizia que a construtora é suspeita de pagar US$ 33,5 milhões em propinas, entre 2007 e 2016, para obter contratos de US$ 116 milhões. 

A estratégia, no entanto, não mudou e a ideia é fazer acordos específicos com os países. No Peru, onde as investigações sobre corrupção em contratos com empreiteiras brasileiras estão avançadas, as conversas também já estariam adiantadas. 

O impedimento de participar de novas licitações não chega a afetar a construtora imediatamente. Mas, financeiramente, o grupo deve ser prejudicado levando em conta o grau de participação da construtora no faturamento total de R$ 126 bilhões.

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