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Envolvidos em desvio do BRB movimentam R$ 120 milhões

Operação Aquarela investiga esquema de desvio de recursos do Banco de Brasília

Por redacao
Atualização:

Relatórios do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) repassados ao Ministério Público (MP) do Distrito Federal mostram que 299 acusados ligados, direta ou indiretamente, aos fatos apurados na Operação Aquarela, desencadeada na quinta-feira, 14, pela Receita Federal, Ministério Público e Polícia Civil do Distrito Federal, movimentaram R$ 120 milhões. A maior parte da movimentação ocorreu entre e julho de 2004 e maio deste ano. Nesse grupo, estão pelo menos oito dos 19 presos na operação, que desbaratou um esquema de desvio de recursos do Banco de Brasília (BRB) com a suposta participação de ex-dirigentes da instituição e de associações e organizações não-governamentais (ONGs). Ao todo, o Coaf produziu sete pareceres. Deles, seis - considerados os mais importantes, pois identificaram a maior parte das transações financeiras - foram elaborados em colaboração direta com o MP do Distrito Federal, a Receita Federal e a Polícia Civil de Brasília. As movimentações incluem saques, depósitos e transferências bancárias suspeitas e aquelas realizadas em dinheiro vivo acima de R$ 100 mil. Conforme as investigações, o BRB firmou contratos sem licitação com a Associação Nacional dos Bancos Estaduais (Asbace) e duas empresas de tecnologia, que, por sua vez, subcontrataram as ONGs. Embora se identificassem como "sem fins lucrativos", as organizações atuariam como entidades de fachada para lavagem de dinheiro do grupo. Os recursos repassados às entidades, segundo as autoridades, eram desviados. Estima-se que o BRB tenha sido lesado em R$ 50 milhões. O rastreamento constatou que essas organizações vendiam notas fiscais correspondentes a projetos e serviços não executados. O valor, em seguida, seria direcionado para os beneficiários do esquema, por meio de saques feitos com cartões corporativos pré-pagos ao portador. Entre os detidos, estão o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin Moura e o presidente da Asbace, Juarez Cançado. Foram cumpridos 40 mandados de busca e apreensão e interditados seis andares da sede do banco durante a operação.

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