PSB e PSD tentam ‘pescar’ prefeitos do PT, diz dirigente

O presidente do diretório estadual do PT, Emidio de Souza, acusa as siglas de provocar debandada em ao menos 13 municípios

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Por Ricardo Galhardo , Elizabeth Lopes e Ana Fernandes
Atualização:

Atualizado às 23h36 São Paulo - O presidente do diretório estadual do PT, Emidio de Souza, acusou o vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), e o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD) de tentarem se aproveitar da crise no partido para cooptar prefeitos petistas no Estado. 

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Segundo o dirigente partidário, pelo menos 13 dos 68 prefeitos do PT paulista deixaram a legenda neste ano, a maioria rumo ao PSB e ao PSD. 

“Este número pode crescer até setembro. Existe uma operação coordenada pelo vice-governador. Ele não faz outra coisa nessa vida”, disse Emidio. Ele tentou poupar Kassab, mas ao ser indagado sobre os petistas que optaram pela legenda do ministro das Cidades, admitiu: “O Kassab também está pescando no aquário do PT.” 

Segundo o dirigente petista, entre os prefeitos que já anunciaram a saída do partido estão os de Jaú, Taquaritinga, Roseira, Iracemápolis e Piquete, entre outras cidades menores.  Domínios. Emidio tentou minimizar a debandada alegando que na capital e na região da Grande São Paulo, os domínios petistas continuam intactos.

“Muitos dos que estão saindo vieram para o PT por facilidades eleitorais e estão indo embora pelo mesmo motivo”, afirmou o dirigente. 

De acordo com Emidio, o motivo para a mudança de partido é o forte desgaste do PT entre o eleitorado paulista verificado desde as eleições do ano passado.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, também tentou minimizar a debandada de prefeitos da legenda. Segundo ele, a tendência se concentra em São Paulo e Pernambuco e não preocupa a direção da sigla. “Prefiro ficar com gente mais coerente e consistente do que computar números maiores com gente que não é muito do PT”, disse.

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Dívida. Emidio voltou a se queixar das dificuldades para saldar da dívidas do diretório estadual sem contribuições de empresas privadas, vetadas pela direção nacional. Segundo ele, o montante chega hoje a R$ 55 milhões, sendo que R$ 35 milhões são dívidas da campanha de Alexandre Padilha ao governo paulista em 2014. 

“O que estamos fazendo é renegociar e parcelar as dívidas”, disse o dirigente, que participou de um seminário aberto ontem em São Paulo no qual líderes petista discutem organização partidária e rumos para a legenda.

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