Atualizado às 21h08 São Paulo - Em uma passeata que chegou a 1500 pessoas em seu ápice, segundo estimativas extraoficiais da Polícia Militar de São Paulo, manifestantes organizados pelo grupo Vem Pra Rua se reuniram na tarde desta segunda-feira, 19, no Largo da Batata e sairam pela Av. Faria Lima, em Pinheiros, para pressionar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a dar prosseguimento ao pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Os manifestantes defenderam que seja levado ao plenário da Câmara o pedido assinado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr e Janaína Paschoal. O grupo é liderado pelo Vem Pra Rua, uma das organizações responsáveis pela convocação das últimas manifestações contra a presidente Dilma. Com o mote "natal sem Dilma", o VPR afirma que vai se reunir novamente na quinta-feira se Cunha não encaminhar o pedido. "Nosso mote é o impeachment, e o primeiro passo é pressionar o Eduardo Cunha para que coloque em pauta no plenário da Câmara", afirma Rogério Chequer, porta-voz do Vem Pra Rua.
Os manifestantes, contudo, não fizeram menção às denuncias que envolvem o presidente da Câmara Eduardo Cunha, denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato e que teve suas contas no exterior rastreadas pelo Ministério Público da Suíça. A documentação chegou ao Brasil nas últimas semanas e revelou que Cunha e seus familiares ocultaram R$ 61 milhões no exterior, incluindo contas em bancos suíços e nos EUA. O caso deu origem a um novo inquérito contra o presidente da Câmara e sua esposa no Supremo Tribunal Federal.
Entre os manifestantes que discursaram está o ator Alexandre Frota, que criticou outros colegas por serem contra o impeachment. "Não sou um artista vendido como o Jô Soares", afirmou. Segundo o Vem Pra Rua, estão acontecendo manifestações simultâneas em outras cinco cidades nesta segunda: Porto Alegre (RS),. Recife (PE), Vitória (ES), Maceió (AL) e São Carlos, no interior de São Paulo.
A manifestação fechou uma das vias da Faria Lima, no sentido Itaim.
Os grupos anti-Dilma mudaram a estratégia e decidiram marchar separados, em vez de organizar um evento unificado como os que aconteceram neste ano.