Em carta a procuradores, Janot diz que momento da Lava Jato é 'crucial'

Após entregar lista de suspeitos, procurador-geral da República enaltece atuação do Ministério Público na investigação de esquema e pede união a colegas

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Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou nesta quarta-feira, 4, uma carta aos membros do Ministério Público enaltecendo o trabalho o órgão e dizendo que a Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção envolvendo a Petrobrás, chegou a um "momento crucial". Janot afirma ainda ter feito "uma opção clara e firme pela técnica jurídica" na análise da peças relacionadas ao caso. A carta foi enviada aos membros do MP um dia depois de Janot ter encaminhado ao Supremo o pedido de 28 aberturas de inquérito, contra 54 investigados, e sete pedidos de arquivamento. "Afastei, desde logo, qualquer outro caminho, ainda que parecesse fácil ou sedutor, de modo que busquei incessantemente pautar minha conduta com o norte inafastável das missões constitucionais do Ministério Público brasileiro", escreveu o procurador.

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Na carta, o procurador exaltou o trabalho do Ministério Público e disse que é preciso que os membros do órgão estejam "unidos" e "fortes". Janot disse ainda que o trabalho feito pelo Ministério Público Federal será "submetido aos mais duros testes de coerência" assim que o ministro relator do caso no Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, retirar o sigilo dos pedidos de inquérito e de arquivamento enviados apresentados pela PGR.

O Estado apurou que houve uma intensa negociação entre PGR e o Supremo para que Zavascki dê publicidade aos fatos apurados pelo Ministério Público. O relator do caso do Supremo tem perfil discreto e, até o momento, tem seguido à risca a manutenção das peças ligadas à Lava Jato. Contudo, a expectativa é de que Zavascki concorde em retirar o sigilo de tudo o que não comprometer o andamento das investigações e que até amanhã haja divulgação do material que foi enviado ao Supremo pela PGR.

Por fim, Janot disse confiar no momento "singular do País" e do Ministério Público. "(Que) cada um dos meus colegas tenha a certeza de que realizei meu trabalho em direção aos fatos investigados, independentemente dos envolvidos, dos seus matizes partidários ou dos cargos públicos que ocupam ou ocuparam". escreveu.

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