Em 13 anos, de analista a sócio do Banco BTG

Formado em matemática, André Esteves acredita que ‘correr riscos fazparte do progresso’ eque ‘erros ensinam’

PUBLICIDADE

Foto do author Aline Bronzati
Foto do author Fernanda Guimarães
Por Aline Bronzati (Broadcast) e Fernanda Guimarães
Atualização:

O banqueiro André Santos Esteves, de 47 anos, preso na Lava Jato nesta quarta-feira, 25, é dono de um banco de mais de R$ 300 bilhões em ativos. Sua história e a do BTG Pactual se confundem. Ingressou na instituições como analistas de sistemas, em 1989, quando a instituição chama-se apenas Pactual. Teve um ascensão meteórica.

PUBLICIDADE

Em 1993, apenas 4 anos depois, tornou-se sócio, em 2002 assumiu o cargo que equivalia a presidente. Já no topo, participou da venda do banco para o suíço UBS por US$ 3,1 bilhões, em 2006, para três anos depois recomprá-lo por menos. Na época, desembolsou US$ 2,5 bilhões e criou o BTG Pactual. As três letrinhas inicias seriam, contava o próprio Esteves, uma brincadeira em tom de provocação: a sigla para Back to the Game (de volta ao jogo) ou Better than Goldman (melhor do que o Goldman Sachs).

De lá para cá, tornou-se um dos maiores bancos de investimentos do País e viu seu lucro anual crescer mais de cinco vezes, enquanto os ativos multiplicaram-se por dez. Em seus mais de 30 anos, desde quando era apenas o Pactual, marcou presença entre as principais operações financeiras e também as mais complexas.

Ajudou a viabilizar projetos como as empresas X, de Eike Batista, a Sete Brasil, criada para operar as sondas da Petrobrás, e várias outras. Foi grande atuante no boom de ofertas de ações, em 2007, quando foram feitas mais de 70 operações, incomodando concorrentes como o Credit Suisse.

No ano passado, conforme ranking de financiamento de projetos da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o BTG ficou na terceira colocação como assessor financeiro de leilões de concessão, considerando valores. Em fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), galgou a segunda posição ao final de junho. Também tem posição de destaque nos demais rankings.

Ao fim de setembro, o BTG somava patrimônio líquido de R$ 22,119 bilhões. Apesar de ter caído no terceiro trimestre, seu índice de Basileia, que mede o quanto o banco pode emprestar sem comprometer o seu capital, de 14,3%, é superior ao mínimo exigido pelo Banco Central, de 11%. O BTG tem 5,9% de ações do UOL, empresa do Grupo Folha, que edita o jornal Folha de S.Paulo.

Formado em matemática pela UFRJ, além de presidente do BTG, Esteves foi diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e atualmente integra o conselho de administração da BM&FBovespa. Com perfil enérgico, sempre acreditou que correr riscos era parte do progresso e que erros não só acontecem como ensinam.

Publicidade

Após sua prisão pela PF, o BTG informou, em nota, que “está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários e que vai colaborar com as investigações”. A BM&FBovespa não comentou.