São Paulo - O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), disse nesta segunda-feira, 31, que permanecerá "mais 15 ou 30" dias atuando no varejo da articulação política do governo e que depois disso a Secretaria de Relações Institucionais não precisará mais existir."Essa é uma secretaria (SRI) que, a rigor, não tem mais muita razão de existir neste governo. Estamos ultimando a questão dos cargos no terceiro escalão. No segundo escalão já está tudo definido.Quando isso estiver concluído, não vai mais se falar de cargo, a menos que morra alguém".
O peemedebista participou nesta segunda de um almoço com cerca de 300 empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) na capital paulista. Em entrevista na saída do evento, ele afirmou que a partir de amanhã passará a dar meio expediente na Secretaria de Aviação Civil e meio na Articulação Política "para que a memória não seja perdida e as tratativas não sejam desfeitas".
"De agora em diante, as emendas são impositivas. Não tem mais como escolher se eu pago ou não para ti", afirmou. Na semana passada, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) deixou as negociações de varejo com o Congresso Nacional.
Durante sua fala aos empresários, Padilha também revelou que sua pasta, a Aviação Civil, deve ser extinta na reforma ministerial. "Não perderemos eficácia na aviação civil se viermos a fazer parte de um ministério maior", afirmou. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff decidiu que cortará 10 dos 39 ministérios. As pastas que serão extintas serão definidas em setembro.
O ministro tambémfalou aos empresários sobre as dificuldades de negociar com os líderes dos partidos da base aliada no Congresso Nacional. "Tive esse papel no governo Fernando Henrique Cardoso. A gente conversava com os líderes de partidos da sustentação e com mais ninguém. Hoje, para usar uma expressão gauchesca, vaca não reconhece bezerro".