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'É um detalhe perto do que está por vir', escreveu Pomar sobre conta oculta de Mantega

Dirigente petista afirmou que Mantega deveria ter percebido 'há bastante tempo' que a existência da conta na Suíça seria usada contra todo o PT

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Foto do author Vera Rosa
Por Vera Rosa e Ricardo Galhardo
Atualização:

BRASÍLIA - Em mensagem de WhatsApp enviada a dirigentes do PT no início desta semana, o coordenador da tendência Articulação de Esquerda, Valter Pomar, disse considerar“muito grave” a informação de que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega possuía uma conta não declarada à Receita Federal, na Suíça, e previu novos problemas para o partido.

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega Foto: André Dusek/Estadão

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“(...) Minha impressão é que isto é um detalhe perto do que está por vir nos próximos dias. Motivo pelo qual - sem prejuízo de tudo o que eu escrevi antes - temos que manter a calma e segurar mais esta onda”, afirmou Pomar no texto.

Na manhã desta quinta-feira, a Polícia Federal deflagrou a Operação Cifra Oculta, investigação para apurar supostos crimes eleitorais e lavagem de dinheiro relacionados à campanha de Fernando Haddad (PT), em 2012, para a Prefeitura de São Paulo.

A previsão de Pomar sobre nova crise à vista ocorreu três dias antes da operação da PF. Na mensagem, o dirigente petista afirmou que Mantega deveria ter percebido “há bastante tempo” que a existência da conta na Suíça seria usada contra todo o PT.

“O Guido foi ministro da Fazenda. Dele se esperaria um comportamento tributário exemplar. Guardadas as devidas proporções, seria como descobrirmos um ministro do Trabalho que publicamente defende a PEC das domésticas, mas que na sua própria casa não registra!!!”, insistiu ele. As comparações não pararam por aí. “Ou um ministro de Direitos Humanos que faz belos discursos, mas no cotidiano é machista, racista e homofóbico. Ou um ministro do Desenvolvimento Agrário que é dono de terras griladas”, completou.

Na última segunda-feira, Mantega disse, em petição enviada ao juiz Sérgio Moro, que o saldo de US$ 600 mil existente na conta era proveniente da venda de um imóvel herdado do pai. O dinheiro teria sido recebido ainda em 2006, antes de ele assumir a Fazenda.

Ao observar que Guido deveria ter legalizado a situação há muito tempo, pagando o que devia, Pomar concluiu a mensagem com um tom pessimista sobre o que estava por vir contra o PT e, sem especificar o motivo de sua apreensão, recomendou "calma" aos dirigentes.

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Em 2015, quando o PT comemorava seus 35 anos, em Belo Horizonte, o então tesoureiro do partido, João Vaccari, foi levado coercitivamente pela Polícia Federal para prestar depoimento, na nona fase da Operação Lava Jato. Vaccari, hoje, está preso.