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Doria diz que concorreria à Presidência se fosse escolhido em prévias

'Respeitando a democracia, por que não?', questiona prefeito de São Paulo em entrevista à Bloomberg

Por Ricardo Leopoldo e correspoondente
Atualização:

NOVA YORK - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta terça-feira, 16, que concorreria à Presidência da República se for escolhido pelo PSDB nas prévias, informa a agência de notícias Bloomberg. Perguntado se aceitaria concorrer ao cargo pelo partido durante uma visita ao prédio da empresa, em Nova York, o prefeito respondeu: "respeitando a democracia, por que não?".

João Doria em evento em Nova York Foto: PMSP

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A declaração de Doria foi, até o momento, a afirmação mais clara do tucano admitindo que está de olho nas eleições do ano que vem. O nome de Doria já aparece em pesquisas de intenção de voto superando seu padrinho político e outro virtual candidato do partido ao cargo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Já em conversa com a imprensa, Doria destacou que tem com o governador muita harmonia de ações, pontos de vista e princípios. "Eu e governador somos pessoas de bem e estamos no mesmo campo da defesa institucional", destacou. "Eu e o governador não estamos disputando nada. Temos tempo pela frente para tratar de candidatura para presidente."

Doria reiterou que ambos possuem "sentimento igual" sobre a importância da realização de prévias no PSDB e apontou que "talvez, mas não necessariamente", o próximo candidato do PSDB será um político paulista. "São circunstâncias." Ao ser questionado se poderia ser candidato a presidente em 2022, ele sorriu e respondeu que "não pode ultrapassar o limite de velocidade". "Tudo a seu tempo", afirmou. Doria disse ainda que está "gostando de ser prefeito, mais do que ser político". Doria e Alckmin estão em Nova York nesta semana. Na segunda-feira, 15, o prefeito afirmou que o candidato do PSDB para presidente da República será aquele com a melhor posição na opinião pública para vencer o PT e Lula. Já Alckmin marcou posição e reforçou seu interesse em ser candidato. "Estou preparado", disse. Nesta terça-feira, 16,, o governador procurou afastar os comentários de incômodo com o desempenho e as declarações do afilhado político. "Ninguém vai conseguir (fazer) eu e o João Doria nos distanciarmos", destacou.

Ídolo. Doria afirmou que seu trabalho como gestor público é muito semelhante ao do ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, que ficou no cargo por 12 anos. Doria visitou Bloomberg em seu escritório em Nova York nesta terça-feira. "Nosso trabalho tem grande similitude com o de Bloomberg. Nós temos valores comuns, como tirar a burocracia da administração e acreditar nas pessoas", ponderou. Doria destacou a Bloomberg que não é "um prefeito de gabinete" e que gosta de ir para a rua para ter contato com a população. Ele citou o exemplo de seu trabalho nas ruas, especialmente quando atua na limpeza de ruas junto com garis. "Ele disse que estou certo", ponderou, pois esta é a melhor forma de estar conectado com as demandas e necessidades dos cidadãos, o que é essencial para desempenhar um bom trabalho no posto. "Bloomberg é meu ídolo", disse o prefeito.

O prefeito disse que convidou Bloomberg para participar de uma grande conferência sobre gestão de cidades em São Paulo, que ocorrerá em janeiro de 2018. "Ele falou que vai avaliar com atenção. Colocou só uma condição, ser chamado de Mike", afirmou. Segundo Doria, o ex-prefeito perguntou se em São Paulo tem campo de golfe. Ele disse que sim e apontou em tom de brincadeira que isso pode ajudar para que participe do evento. / COLABOROU DANIEL WETERMAN

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