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Distribuição de comissões entre partidos será definida só na próxima semana, diz Cunha

Presidente da Câmara afirma que vai esperar PMDB escolher seu sucessor na liderança da bancada

Por Daniel de Carvalho e Daiene Cardoso
Atualização:

Brasília - A distribuição das comissões temáticas da Câmara entre os partidos que apoiaram o novo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), só acontecerá depois que o PMDB escolher seu novo líder, o que deve acontecer somente na próxima quarta-feira, 11. A liderança do partido era ocupada por Cunha e está interinamente com o deputado Marcelo Castro (PI).

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Em reunião da bancada peemedebista nesta terça-feira, 3, seis candidaturas foram apresentadas: Manoel Júnior (PB), Marcelo Castro (atual líder interino), Danilo Forte (CE), Lúcio Vieira Lima (BA), Leonardo Picciani (RJ) e José Priante (PA). A bancada do Rio Grande do Sul definirá entre Osmar Serraglio (PR) e Coimbra (ES). O partido decidiu que candidaturas podem ser apresentadas até esta noite. Na quarta-feira, se não houver consenso, haverá votação para escolher quatro nomes que se revezarão a cada ano. Eduardo Cunha não votará.

Os 13 partidos que apoiaram Cunha na eleição junto com o PMDB já haviam apresentado suas escolhas para ocupar comissões. O PP, por exemplo, conta com a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), principal comissão da Casa, e já apresentou o nome de Arthur Lira (AL) para o cargo.

"Isso é um outro problema que, primeiro, o líder do PMDB tem que ser eleito e conversar com os partidos dos blocos na distribuição das comissões. Quem vai falar sobre isso é o líder do PMDB que for eleito", disse Cunha. "Todas as negociações que foram feitas naquele momento (da campanha) foram passadas para a bancada do PMDB. Então, a bancada, através do seu líder, que vai se manifestar. Agora, não cabe eu, aqui, falar. Os partidos vão se entender, eles conhecem todos os detalhes, eu deixei isso bem (claro), a cada momento, eu fazia, eu comunicava. Todos eles sabem as negociações. No momento, o líder vai fazer", afirmou Cunha após a reunião.

A escolha do líder é fundamental também para determinar a relação que o PMDB terá com o governo. "Não será, com certeza, uma postura de submissão, mas a mesma postura do presidente da Casa, de dar governabilidade a um governo que nós fazemos parte", disse Manoel Júnior, candidato a líder próximo a Cunha.

Na segunda-feira, 2, Cunha, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e a cúpula do PMDB reuniram-se com o vice-presidente Michel Temer. Eduardo Cunha limitou-se a dizer que foi apenas uma reunião política para "discutir o futuro do partido". "O importante que saiu de lá é a absoluta união partidária que nós estamos vivendo neste momento", afirmou.

Apesar de tentar passar a ideia de que vive um armistício com o Palácio do Planalto, Cunha pretende votar nesta tarde a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que torna obrigatória a execução de emendas parlamentares por parte do governo federal, o chamado Orçamento Impositivo. O texto foi aprovado em 1º turno no plenário da Câmara em dezembro, mas ainda depende de uma segunda votação para ser promulgado e entrar em vigor.

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Eduardo Cunha (PMDB-RJ), eleito presidente da Câmara no último domingo (1), afirmou que comissões temáticas da Casa serão distribuídas depois que novo líder pemedebista for definido Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

No entanto, para que seja votado nesta terça-feira, é necessário que haja um consenso, já que o intervalo de cinco sessões entre uma votação e outra ainda não foi cumprido. "Se houver consenso, não houver oposição, a gente vota hoje. Se houver oposição, a gente vai ter que cumprir as cinco sessões de interstício", disse Cunha.

A PEC contraria o governo, pois prevê a liberação obrigatória de 1,2% da receita corrente líquida da União em emendas individuais dos parlamentares. Em 2014, as emendas chegaram a R$ 6,9 bilhões. Durante a campanha, Cunha propôs também orçamento impositivo para as emendas apresentadas por bancadas.

"Essa proposta de Orçamento Impositivo que vai ser votada é o segundo turno da Câmara dos deputados, já tendo sido votada no Senado Federal, que alterou a proposta original. O governo já teve três oportunidades, duas no Senado e uma na Câmara, para discordar e não discordou. Então, acho que não vai ser um problema", afirmou o presidente da Câmara.

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