Dirigente tucano desautoriza radicalização da bancada

Vice-presidente do PSDB Alberto Goldman defende que o partido precisa, neste momento, pensar no que é melhor para o País, não no que é conveniente ao partido ou a algum quadro da legenda

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Por Pedro Venceslau e Ana Fernandes
Atualização:

São Paulo - O ex-governador de São Paulo e vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, disse nesta quinta-feira, 6, ao Estado que as posições da bancada do PSDB sobre novas eleições são "especulações individuais"

O vice-presidente do PSDB e ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman, diz que não há uma posição consolidada do partido sobre a defesa de novas eleições, como defendem os líderes tucanos no Congresso.

Segundo Goldman, as posições manifestadas por parlamentares tucanos no Congresso Nacional são "especulações individuais".

Alberto Goldman, vice-presidente do PSDB Foto: Reprodução/TV Estadão

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O dirigente disse que líderes do partido se reuniram na terça-feira, 4, e que não havia uma definição de qual linha o partido iria seguir e que isso não mudou até hoje. "Não decidimos nada, por enquanto o que temos são especulações individuais em cima das mais diversas hipóteses levantadas", disse.

"O único consenso a que chegamos é da inviabilidade de Dilma continuar como presidente. Ela não consegue mais passar um projeto, dar sequência a um programa de governo. Não há como imaginar que ela possa continuar à frente do governo por mais três anos e meio."

Goldman disse defender que o PSDB precisa, neste momento, pensar no que é melhor para o País, não no que é conveniente ao partido ou a algum quadro da legenda.

"Temos que pensar o que interessa mais ao País, não ao (Geraldo) Alckmin ou ao Aécio (Neves)", disse em referência ao governador paulista e ao senador presidente nacional do PSDB.

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O ex-governador ressaltou ainda que os processos institucionais para saída de Dilma do governo, que pode ser afastada sozinha ou juntamente com seu vice Michel Temer (PMDB), passa por instâncias que estão acima do PSDB, como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Tribunal de Contas da União (TCU) e o próprio Congresso Nacional.

Goldman lamentou que o governo da petista tenha chegado a esse ponto que chamou de "esfacelamento do governo". "Do ponto de vista das instituições e até mesmo do PSDB enquanto partido de oposição, se ela tivesse condições de governar até o fim do mandato seria a melhor opção, mas a gente não está vendo essa possibilidade", afirmou.

Manifestações. O ex-governador frisou que as manifestações do dia 16 devem ser vistas como um "movimento espontâneo da sociedade contemporânea" e que não deve haver envolvimento partidário. Apesar de o PSDB ter gravado programas televisivos dando apoio aos protestos que pedem o impeachment de Dilma, Goldman defendeu que políticos não tenham protagonismo.

Nesta quinta-feira, lideranças do PSDB na Câmara e no Senado defenderam que os manifestantes troquem o discurso, pedindo em vez do impeachment a realização de novas eleições - o que poderia ser uma pressão para a presidente renunciar. 

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