Cuiabá - O juiz eleitoral de Mato Grosso, Alberto Pampado, condenou o diretor dos Correios de Mato Grosso, Nilton do Nascimento, a pagar uma multa de R$ 5 mil por ter usado a estrutura da estatal para pedir votos para a presidente Dilma Rousseff (PT), e para os candidatos Lúdio Cabral (PT) ao governo do Estado, Ságuas Moraes (PT) a deputado estadual além de Wellington Fagundes (PR), ao Senado, pela Coligação "Amor a Nossa Gente". Em nota, a assessoria dos Correios informa que o diretor vai recorrer da decisão.
A denuncia foi feita antes do primeiro turno pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas dos Correios e Telégrafos de Mato Grosso, Edmar Santos Leite que solicitou à Justiça Eleitoral uma investigação contra o diretor .Por telefone, nesta terça-feira, Leite disse que naqueles dias que antecederam as eleições os servidores alegaram que estavam sofrendo intimidação e coação dentro dos Correios. Segundo o sindicalista, o diretor usou a estrutura para pedir votos aos servidores.
No dia 23 de setembro, Nascimento realizou reunião em um hotel com o então candidato Lúdio e os servidores comissionados e indicados da instituição onde ficou determinado o envio de uma carta aos servidores usando endereços retirados do cadastro interno da instituição. A carta foi enviada sem remetentes no dia 25 de setembro, sendo entregue com prioridade máxima no dia seguinte para mais de 1,6 mil servidores.
Na carta Nascimento afiançava as candidaturas e citava avanços do governo federal nos últimos 12 anos com programas sociais e cursos de capacitação.
Segundo o sindicalista, a postagem não seguiu a tabela de preços praticados no mercado. Conforme a tabela, uma carta com peso de até 20 gramas, sem serviços adicionais, tem custo de R$ 1,30, as cartas enviadas aos servidores custaram R$ 0,60. As correspondências foram entregues nos locais de trabalho. O diretor Nascimento disse que as informações usadas por ele constam no site da empresa e estão disponíveis ao público.
Para o juiz Pampado, ficou demonstrado que o diretor dos Correios usou o cadastro oficial da empresas. "O endereço das unidades, dos Correios é de conhecimento público, mas o nome de cada um dos funcionários que trabalha na unidade é informação privativa da empresa, somente tendo acesso aos dados que faz parte de seu quadro de funcionários", diz o juiz em sua decisão.
A assessoria dos Correios divulgou nota, nesta terça-feira, na qual lembra que Nascimento trabalha na empresa há mais de 36 anos e por isso "conhece a maioria dos colegas de trabalho pelo nome completo, não sendo necessário a utilização de nenhum banco de dados da empresa".