Dinheiro de propina abasteceu campanhas de Dilma, diz jornal

Reportagem da Folha de S.Paulo revela delação premiada dos executivos da Andrade Gutierrez; dinheiro teria sido desviado de obras como a da Usina de Belo Monte

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Por Redação
Atualização:
Dinheiro teria sido desviado de obras como a da Usina de Belo Monte Foto: Daniel Teixeira

SÃO PAULO - Executivos da Andrade Gutierrez disseram, em delação premiada, que recursos de propina abasteceram a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo

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De acordo com o jornal, o ex-presidente da empresa Otávio Azevedo fez uma planilha com os valores de doação e apontou R$ 15,7 milhões para a campanha presidencial de 2010 e R$ 34,68 milhões para a de 2014. Os recursos foram registrados como doações legais, mas, segundo o executivo, R$ 10 milhões das doações da última campanha têm origem em superfaturamento de contratos em três obras: Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), Angra 3 e a hidrelétrica de Belo Monte. O esquema teria sido estruturado com ajuda do ex-ministros Antônio Palocci em 2010 e Erenice Guerra em 2014. O PMDB também teria recebido doações legalmente registradas com dinheiro de propina.

A campanha de Dilma negou, em nota, irregularidades nas doações e apontou que a empresa doou mais dinheiro ao candidato adversário do que à petista em 2014. Palocci negou negociações e Erenice disse que não vai se pronunciar até conhecer os termos da delação.

Outro executivo da empresa, Flávio Barra, confirmou os repasses de dinheiro em depoimento à Procuradoria-Geral da República. Azevedo e Barra chegaram a ser presos, mas estão soltos. O acordo de colaboração, que prevê pagamento de indenização de R$ 1 bilhão, espera homologação de Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. 

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