Dilma presta homenagem a Luiz Henrique em velório

Presidente enalteceu a trajetória do Político e disse que 'é muito importante para o Brasil ter exemplos de homens públicos que tenham interesse pelo povo'

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Por Marcos Dias de Oliveira
Atualização:

Joinville - A presidente Dilma Rousseff cancelou a viagem que faria, na tarde desta segunda-feira, 11, para Minas Gerais, onde estava marcada a entrega de unidades habitacionais do programa Minha casa Minha Vida para participar do funeral do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), em Joinville, norte de Santa Catarina. Ela desembarcou às 15h30 no aeroporto da cidade e seguiu direto para o Complexo Centreventos Cau Hansen, onde estava acontecendo a cerimônia fúnebre do político, tido como o maior líder do PMDB no Estado. 

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Luiz Henrique da Silveira, de 75 anos,sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu no Hospital da Unimed em Joinville, às 15h15min de domingo. Ele estava em casa, no bairro Boa Vista, quando sentiu-se mal e foi hospitalizado. 

Possivelmente pelo clima de comoção que se abateu na cidade nenhum protesto foi registrado durante a estada da presidente em Joinville - terceiro polo industrial do Sul do país. Mesmo assim um forte esquema de segurança foi montado. 

A presidente, juntamente com ministros e senadores, foi recebida por autoridades locais e pelos ministros das Cidades, Gilberto Kassab, e do Trabalho, Manoel Dias e Ideli Salvatti, da Secretaria dos Direitos Humanos. Além do governador Raimundo Colombo (PSD) e do prefeito Udo Dohler (PMDB). A comitiva presidencial deslocou-se até o Centreventos com o apoio do helicóptero Águia da PM, batedores da PM e da Guarda Municipal.

A presidenteDilma Rousseff durante velório do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) no Centro de Eventos Cau Hansen, em Joinville (SC) Foto: Antônio Carlos Mafalda/Agência O Dia

Após a entrada da presidente teve inicio a apresentaçãode uma bailarina que dançou a morte do Cisne, do balé o Lago dos Cisnes. Em seguida uma sapatilha de balé e a bandeira da escola foram entregues à família, num gesto de agradecimento pela dedicação do político a Escola de Teatro Bolshoi. Em seguida discursaram o prefeito Udo Dohler, o vice-governador Pinho Moreira (também presidente do PMDB/SC), e o governador Raimundo Colombo e outros políticos.

A presidente Dilma Rousseff fez uma saudação aos familiares do senador Luiz Henrique. Em seguida enalteceu a trajetória do político dizendo que o País se faz de homens como Luiz Henrique da Silveira, "pela capacidade de luta, como senador, governador, ministro. De luta pelo desenvolvimento do seu País". E continuou "é muito importante para o Brasil ter exemplos de homens públicos que tenham interesse pelo povo".

Ela lembrou de uma viagem que fez à Rússia, onde Luiz Henrique integrou a comitiva e constatou o compromisso que o político catarinense possuía com a cultura, durante uma apresentação do Balé Bolshoi russo. "Luiz Henrique era correto, íntegro e preocupado com o desenvolvimento intelectual e cultural de sua gente. Perdemos um grande brasileiro, um grande catarinense", finalizou.

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Trajetória. Luiz Henrique iniciou a carreira política em 1971, quando se tornou presidente do diretório municipal do antigo MDB de Joinville, onde exerceu três mandatos como prefeito. Foi duas vezes presidente do diretório estadual do PMDB e, de 1993 a 1995, presidente do diretório nacional do partido. Também foi eleito deputado estadual.

Formado em Direito, LHS virou deputado estadual aos 33 anos, em 1973. Nunca mais ficou sem mandato eletivo. Foi eleito deputado federal por cinco vezes, sendo o candidato mais votado do Estado em três delas. Foi deputado federal Constituinte.

Foi ministro de Ciência e Tecnologia, de 1987 a1988, durante a gestão de José Sarney na presidência da República.

Em 2002, foi eleito governador de Santa Catarina, com uma virada histórica no segundo turno sobre o adversário Esperidião Amin (PP), que até então não havia perdido nenhuma eleição no Estado. Para tentar a reeleição, Luiz Henrique licenciou-se do cargo e dedicou-se integralmente à campanha.

Antes de se tornar político foi professor de história geral, de português e de Direito Público e Privado. Foi também o primeiro catarinense que conseguiu se eleger e reeleger governador do Estado.

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