Dilma passa por NY com discrição

Petista não recebeu cobertura e passou em branco nos principais jornais norte-americanos

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Por Redação
Atualização:

A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, passou por Nova York sem chamar a atenção dos americanos. Longe do circuito do poder, se restringiu ao meio de investidores e funcionários do mercado financeiro especialistas em Brasil, sem receber cobertura dos principais jornais dos EUA.

 

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A falta de impacto na visita de Dilma se deve acima de tudo à distância da votação, segundo afirmou Marcello Halacke, um dos brasileiros com mais experiência em Wall Street e sócio do escritório de advocacia Thompson & Knight. "Os investidores começarão a prestar mais atenção depois das férias de verão no Hemisfério Norte, em agosto."

 

Além disso, nos EUA, os investidores não se preocupam muito com a economia brasileira. O Brasil, apesar de recente reportagem da revista da The Economist com críticas à política econômica, é visto como estável em um momento de grave crise na Europa. Agências de risco político baseadas em Nova York não preveem grandes mudanças em relação ao atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, caso Dilma ou seu rival, José Serra, do PSDB, sejam eleitos.

 

Atualmente, tanto na imprensa como no meio acadêmico, as críticas ao Brasil, antes focadas na economia, se voltaram para a política externa, com artigos negativos sobre o tema no Miami Herald e no Wall Street Journal na semana da visita da petista – ela não foi citada em nenhum.

 

Na viagem, o objetivo de Dilma era prestigiar a premiação do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, escolhido junto com o CEO da GE, Jeffrey Robert Immelt, como personalidade do ano pela Câmara do Comércio Brasil-EUA, e para fazer uma apresentação em evento organizado pela BM&F-Bovespa.

 

Os investidores que ouviram Dilma na palestra não fizeram objeções ao que a pré-candidata disse. "Foi uma apresentação balanceada, com enfoque nos pontos fortes da administração de Lula, bem como o comprometimento com as políticas macroeconômicas", avaliou Lisa Schineller, diretora da Standard&Poor’s.

 

Público. Os presentes eram, em sua maioria, funcionários de escritórios de direito, de bancos e fundos de investimento nos EUA. Muitas delas são brasileiras ou de algum país latino-americano. Isso facilitou a vida de Dilma nas conversas com os investidores, que falam português.

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Sem um inglês fluente, na entrevista coletiva Dilma recorreu a intérpretes quando respondeu a um dos raros jornalistas estrangeiros. Segundo a sua assessora, a petista entende inglês. Uma de suas intérpretes disse que a pré-candidata não se expressa muito bem na língua.

 

COLABOROU LUCIANA XAVIER, DA AGÊNCIA ESTADO

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