PUBLICIDADE

Dilma indica aliado de Renan para vaga no STJ

O desembargador Marcelo Navarro teve um voto a menos que o primeiro colocado na formação da lista tríplice do Tribunal

Foto do author Beatriz Bulla
Por Beatriz Bulla
Atualização:

Atualizado às 22h31

PUBLICIDADE

Brasília - A presidente Dilma Rousseff indicou nesta segunda-feira, 17, um aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para assumir uma vaga de ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Trata-se do desembargador Marcelo Navarro, do Tribunal Regional Federal da 5.ª Região (TRF-5). Apesar de ter ficado em segundo lugar na votação interna do Tribunal para formação de lista tríplice encaminhada à presidente, Navarro contou com o apoio de Renan e do presidente do STJ, Francisco Falcão. 

Para assumir a vaga no STJ, Navarro precisa passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e por votação secreta no plenário do Senado. A indicação é para a vaga do ministro Ari Pargendler, que se aposentou em setembro de 2014. 

De acordo com integrantes do Tribunal, a expectativa é de que Navarro integre a 5.ª Turma da Corte, responsável por analisar as questões relativas à Operação Lava Jato, e assuma a relatoria dos habeas corpus de investigados no esquema de corrupção na Petrobrás. Atualmente, a relatoria da Lava Jato nesses casos fica com o desembargador convocado Newton Trisotto, que pertence ao corpo do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, mas foi convocado para atuar no STJ até preenchimento das vagas atualmente abertas.

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) presidente do Senado Foto: André Dusek/Estadão

Apoio. Renan divulgou ontem nota dizendo que o Senado Federal é “independente” e não interfere “em indicações desta natureza”. “Compete privativamente ao presidente da República a indicação de autoridades para compor os Tribunais Superiores”, afirma o texto. Entretanto, o apoio do presidente da Casa – e de Falcão – foi decisivo para a escolha. O assunto chegou a ser discutido brevemente na saída de jantar com a cúpula do Poder Judiciário no Palácio da Alvorada organizado por Dilma na semana passada, segundo fontes que estiveram no encontro. Nas últimas semanas, o presidente do Senado foi alçado ao posto de um dos aliados mais importantes do Planalto, após atuar junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para postergar a decisão sobre as contas da presidente e se comprometer com a chamada “Agenda Brasil”.

Natural de Natal (RN), ele contou com a simpatia também de governadores do Nordeste e do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O preferido dos ministros do STJ era o desembargador Joel Ilan Paciornik, que teve um voto a mais do que Navarro. Em terceiro lugar na lista figurou Fernando Quadros, desembargador do Paraná.  O STJ possui atualmente três vagas abertas e têm dois desembargadores convocados que atuam na 5.ª Turma. Até o momento, Trisotto adotou como regra na Lava Jato a manutenção da prisão preventiva de investigados pelo juiz Sérgio Moro. Nos bastidores do Tribunal, a avaliação é de que é necessário que um ministro assuma a relatoria do caso, em razão da importância da investigação.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.