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Dilma deve anunciar nova equipe econômica entre segunda e quinta

Presidente avalia que, nesse prazo, consiga convencer dirigentes petistas da escolha de Joaquim Levy para ministro da Fazenda

Por João Domingos
Atualização:

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff (PT) deverá anunciar a equipe econômica do seu segundo mandato entre segunda-feira, 24, e quinta-feira, 27. De acordo com informação de auxiliares da presidente, ela acredita que nesse prazo terá convencido dirigentes petistas a aceitarem a escolha do ex-secretário do Tesouro Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, além da possibilidade de o Congresso aprovar o projeto que flexibiliza a meta de superávit primário, medida que é vista com ressalvas por parte dos economistas.

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A escolha de Levy para a Fazenda, do ex-secretário executivo da Pasta Nelson Barbosa para o Planejamento e da manutenção do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para compor o triunvirato da equipe econômica, chegou a ser vazada por integrantes da equipe de Dilma Rousseff para os jornalistas na sexta-feira, 14.

Extraoficialmente, os repórteres foram informados de que o anúncio seria feito ainda naquele dia. Mas depois o Palácio do Planalto informou, oficialmente, que nada seria divulgado ainda. 

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Já neste sábado, 22, auxiliares da presidente afirmavam que ela resistirá às pressões do PT para que não dê o Ministério da Fazenda a Joaquim Levy, considerado no partido um economista ultraortodoxo, o oposto de Guido Mantega, o atual ministro.

No PT, Levy é chamado de "Joaquim Mãos de Tesoura", alusão à austeridade com que tocou a Secretaria do Tesouro no início do governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Dilma passou o dia desta sexta-feira no Palácio da Alvorada, onde mora. Ao contrário dos finais de semana anteriores, quando começou a tratar da escolha da nova equipe, não houve entra e sai de políticos e de auxiliares da presidente no Alvorada.

O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, permaneceu em Brasília, à disposição da presidente, mas não foi chamado. Circularam informações de que Dilma fez algumas ligações, uma delas para Giles Azevedo, seu chefe de Gabinete, que poderá ser escolhido ministro de Minas e Energia, no lugar do senador Edison Lobão, que é da cota do PMDB.

Entre os peemedebistas já existe a certeza de que as Minas e Energia sairão do controle do partido. Conformados, eles esperam ser recompensados com o Ministério de Cidades, hoje com o PP. Um dos candidatos para a pasta é o atual ministro da Aviação Civil, Moreira Franco. Outro é o deputado Elizeu Padilha (RS), que abriu em favor de Dilma uma dissidência no PMDB gaúcho, que apoiou o tucano Aécio Neves (PSDB) na disputa eleitoral.

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O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), informou ao Estado nesta sexta-feira que o partido ainda não tratou da ocupação da Esplanada dos Ministérios com a presidente Dilma. Ele está conformado com a perda das Cidades. Acredita que será contemplado com uma Pasta forte, pois o partido manteve-se fiel ao governo tanto nas votações quanto na aliança que apoiou Dilma na sucessão presidencial.

O PTB, cuja cúpula apoiou a candidatura de Aécio, e viu a base defender a petista, ocupará um ministério pela primeira vez na administração de Dilma. Ela convidou o senador Armando Monteiro (PE) para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Monteiro foi presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e será o canal de negociação do governo com os empresários da indústria.

A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), foi convidada para o Ministério da Agricultura. Deverá fazer a ponte com o agronegócio.

De acordo com informação de auxiliares de Dilma, é pouco provável que a presidente faça um novo convite para que o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, fique no governo. Uma ala do PT pressiona pela saída de Bernardo - a que defende a regulação da mídia, à frente o presidente do partido, Rui Falcão - e outra quer a nomeação do deputado Alessandro Molon (RJ) para o ministério./COLABOROU RICARDO DELLA COLETTA

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