Dilma cancela agenda em Belo Horizonte para evitar protestos

Oficialmente, Presidência afirma que alteração foi em razão do estado de saúde da mãe da presidente, de 90 anos

PUBLICIDADE

Por Rafael Moraes Moura e Tania Monteiro
Atualização:
O Palácio do Planalto foi informado de que estavam programadas manifestações contra a presidente na área do evento que participaria nesta sexta, 13. Foto: Reuters

Brasília - A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) informou nessa quinta-feira, 12, que a presidente Dilma Rousseff cancelou a agenda prevista para esta sexta-feira, 13, em Belo Horizonte devido ao estado de saúde da mãe da presidente, Dilma Jane Coimbra, de 90 anos. Segundo a Secom, a mãe de Dilma "não está bem". No entanto, informações de bastidores sugerem que a presidente suspendeu a viagem para evitar novas vaias e protestos.

PUBLICIDADE

Embora o evento estivesse programado para ocorrer em local fechado e Dilma não fosse sofrer constrangimento direto, o Palácio do Planalto foi informado de que estavam programadas manifestações contra a presidente na área do evento.

Dilma iria participar de cerimônia de apresentação dos trabalhos da campanha "Justiça pela Paz em Casa", no Palácio da Justiça. Estarão presentes o governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), e a vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, que apresentará os dados da campanha. O vice-presidente Michel Temer representará o governo federal na solenidade. O cancelamento da viagem começou a ser discutido na manhã de quinta-feira. Mais cedo também foi desmobilizada a previsão de preparativos para a viagem, na segunda-feira, a São Luís, no Maranhão, onde Dilma inauguraria terminal de grãos do porto da cidade.

A avaliação do Planalto foi de que, neste momento, o melhor é a presidente "ficar em casa", ainda mais que nesta sexta também será realizado protesto da Central Única dos Trabalhadores (CUT) contra a política econômica e medidas de ajuste fiscal, mas a favor da presidente. Já no domingo, grupos convocam protestos contra o governo, alguns dos quais com a defesa do impeachment de Dilma.

Uma espécie de gabinete de crise foi criado para acompanhar as manifestações desta sexta-feira e de domingo. O governo está preocupado com as repercussões desses dois eventos e das consequências políticas de ambos. A presidente Dilma pediu aos ministros do seu chamado núcleo político que permaneçam em Brasília para acompanhar os acontecimentos no domingo e para participarem de uma reunião de avaliação com ela, no Palácio da Alvorada, no final do dia, a exemplo do que já fez no fim de semana passado, quando a crise com o Congresso atingiu o auge.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.