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Deputados protocolam assinaturas para prorrogar CPI mista da Petrobrás

Pedido encaminhado ao Congresso pede que comissão continue os trabalhos até dia 22 de dezembro; parlamentares têm até meia noite para retirar assinaturas

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Por Ricardo Brito e Isadora Peron
Atualização:

Brasília - Parlamentares protocolaram no início da tarde desta quinta-feira, 20, as assinaturas para prorrogar os trabalhos da CPI mista da Petrobrás por mais um mês. A comissão, que foi instalada no final de maio, encerraria os trabalhos no próximo domingo, 23, mas, com o pedido, poderá continuar até o dia 22 de dezembro.

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O pedido de prorrogação foi apresentado com o apoio de 29 senadores e 218 deputados. Até a meia noite desta quinta, os parlamentares podem retirar ou acrescentar as assinaturas. A comissão só será efetivamente prorrogada se, na virada do dia, constarem as assinaturas de pelo menos 27 senadores e 171 deputados.

O requerimento de prorrogação das investigações foi lido pelo primeiro vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC). "A Presidência comunica ao Plenário que recebeu o requerimento solicitando prorrogação do prazo de funcionamento, até o final da presente sessão legislativa, da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito", informou.

O presidente da CPI mista da Petrobrás, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou que espera que o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), apresente seu parecer até o dia 13 de dezembro, a tempo de ser votado pelo colegiado. Ele reconheceu que será um relatório difícil de aprovar. "Um relatório de CPI é dificílimo de ser feito para se ter a maioria. E esse é o trabalho que o deputado Marco Maia terá de fazer", disse o presidente da comissão

Vital disse que já discutiu com o relator uma alteração ao decreto presidencial 2.475/1998, do então presidente Fernando Henrique Cardoso, usado pela Petrobrás para realizar as contratações. Na quarta, em audiência da CPI mista, integrantes do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público Federal, criticaram o uso desse instrumento pela estatal petrolífera.

Na terça-feira, após a sétima etapa da Lava Jato que levou à prisão executivos das principais empreiteiras do País, uma articulação da oposição com a base aliada na CPI mista levou à aprovação da quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

Entre outras iniciativas, a comissão também aprovou uma bateria de convocações para tentar ouvir envolvidos no escândalo da estatal, como o presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque e quer ainda promover uma acareação entre o ex-diretor de Abastecimento da companhia Paulo Roberto Costa e o ex-diretor da Área Internacional da empresa Nestor Cerveró.

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O presidente da comissão disse que a prioridade da CPI é chamar para depor inicialmente os convocados que estão presos. É o caso de Renato Duque, indicado para o cargo pelo PT. Duque foi apontado em uma delação premiada feita por um executivo de uma construtora como o "elo" entre o clube de construtoras que loteavam as obras da Petrobrás e o esquema de pagamento de propina a políticos e agentes públicos. Contudo, o depoimento do ex-diretor pode ser inócuo, uma vez que os investigados têm o direito constitucional de ficarem calados e não produzirem provas contra si.

A CPI da Petrobrás exclusiva do Senado já teve seus trabalhos prorrogados até o dia 22 de dezembro. A comissão, contudo, não consegue se reunir desde julho deste ano. Nesta semana, realizou a quinta tentativa frustrada de se encontrar.

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