BRASÍLIA - Lideranças da base aliada do presidente em exercício Michel Temer na Câmara avaliaram, nos bastidores, que o pedido de demissão de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) do comando do Ministério do Turismo pode ser uma sinalização de que novas denúncias contra o peemedebista podem surgir em breve.
Como antecipou a coluna Direto da Fonte e confirmou o Palácio do Planalto, Temer aceitou o pedido de demissão de Alves nesta quinta-feira, 16. A gota d'água teria sido a nova citação feita pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em delação premiada. Machado disse ter repassado a Alves R$ 1,55 milhão oriundos de propina.
Para deputados aliados, contudo, Henrique não pediu demissão apenas em razão da delação de Machado, uma vez que a citação ao ex-ministro feita pelo ex-presidente da Transpetro já tinha sido divulgada antes, embora sem os detalhes revelados na última quarta-feira, 15. "Deve ter coisa nova também", avaliou um influente líder partidário da Cãmara.
De acordo com um parlamentar do PMDB que esteve com Temer nesta quinta-feira, 16, o presidente em exercício já esperava que Alves pediria demissão entre esta quinta-feira, 16, e sexta-feira, 17. "A sensação era de que ele já esperava e só estava aguardando a confirmação entre hoje e amanhã", disse esse parlamentar peemedebista.
Imagem. Parlamentares da base aliada avaliaram que a demissão ajudará a melhorar a imagem do governo Temer perante à sociedade. Isso porque Henrique Alves era um dos ministros que tinha mais acusações contra si no âmbito da Operação Lava Jato. Nesse contexto, sua permanência no cargo prejudicava a imagem do governo.
Nos bastidores, deputados aliados dizem que a permanência de Henrique Alves causava constrangimento ao governo, na medida em que contrariava discurso adotado por Temer e ministros do Palácio do Planalto de que qualquer integrante do governo deveria deixar o cargo caso surgissem novas denúncias contra ele.