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Delatores confirmam mesada de até R$ 500 mil a Cabral

Ex-executivos da Carioca Engenharia dão depoimento à Justiça sobre pagamentos em espécie a ex-governador do Rio

Por Roberta Pennafort
Atualização:

RIO - Os delatores Tania Maria Silva Fontenelle e Rodolfo Mantuano, ex-executivos da empreiteira Carioca Engenharia, declararam, em depoimento ao juiz da 7.ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, nesta segunda-feira, 9, que a empresa pagou mesada de R$ 200 mil a R$ 500 mil ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) entre os anos de 2009 até “2013 ou 2014”. Eles já haviam fornecido essas informações quando fizeram delação premiada.

Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, durante sua prisão Foto: Rodrigo Félix/Estadão

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Os dois ex-executivos admitiram saber à época que os pagamentos eram indevidos. Contaram que os recursos eram entregues a duas pessoas de confiança de Cabral, Carlos Miranda e Luiz Carlos Bezerra, ambos presos. Os pagamentos eram feitos em espécie, na sede da empresa, e chegaram a ocorrer também na própria residência de Tania.

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O valor de R$ 200 mil perdurou por “dois ou três anos”, Tania informou, e depois passou para R$ 500 mil. Os valores não mudavam caso se tratasse de um ano eleitoral. Ambos os depoentes relataram que, por vezes, a empresa não dispunha do montante, e o pagamento passava para o mês seguinte, “para completar o valor”, disse.

“O dinheiro vinha de contratos superfaturados de empresas que já prestavam serviço à Carioca, e alguns poucos eram contratos totalmente simulados, para geração desses recursos em espécie”, afirmou.

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Cabral está preso há 11 meses, acusado de comandar uma organização criminosa que perdurou durante seus dois mandatos no governo fluminense (2007-2014).

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