Decisão do PSDB só sai após julgamento da chapa, diz Jereissati após reunião na casa de FHC

Presidente interino da sigla afirma que qualquer movimentação política será feita em conjunto com Temer em caso de perda do mandato

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Foto do author Daniel  Weterman
Foto do author Pedro  Venceslau
Por Daniel Weterman e Pedro Venceslau
Atualização:

Após uma reunião de quase três horas na residência do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, na capital paulista, da qual participaram o governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Doria, o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), vinculou a decisão do partido sobre a permanência no governo Michel Temer (PMDB) ao julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), previsto para 6 de junho.

O senador Tasso Jereissati, presidentedo PSDB, diz que sigla vai esperar julgamento do TSE para tomar decisão Foto: Nilton Fukuda/Estadão

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"Nós estamos dando como uma data importante o julgamento do TSE dia 6, até o dia 6 e ver o que acontece no dia 6", disse. 

O novo dirigente tucano disse ainda que qualquer movimentação política vai passar pelo presidente Michel Temer. "Qualquer movimentaçao (em caso de eleição indireta) seria em conjunto com o presidente Temer, qualquer coisa tem que passar pelo presidente e a avaliação dele", declarou.

Jereissati contou que estava viajando para Fortaleza, de onde vai conversar com outros governadores e prefeitos tucanos. Na semana que vem, ele se reunirá com as bancadas do PSDB na Câmara e no Senado para apresentar o resultado das consultas. Além disso, vai conversar com dirigentes de outros partidos aliados, especialmente o DEM. A ideia é desembarcar do governo Temer quando for construída uma candidatura de consenso para disputar os votos do colégio eleitoral em uma eventual eleição indireta.

Questionado sobre uma possível candidatura a presidente nesse cenário, Jereissati desconversou. "Nem pensei nisso, ninguém pensou nisso", afirmou. 

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Comentando a reunião com os tucanos paulistas, o presidente interino reconheceu que existem pontos divergentes entre FHC, Alckmin e Doria, mas não especificou quais. "A unanimidade é: nada se pode fazer se afastando sequer um milímetro da Constituição", afirmou. Ele reforçou que todos acham que é preciso "tranquilidade e cautela" antes de uma decisão. O senador disse que, com uma aliança com Temer e outros partidos, é possível trazer "paz ao País".

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Desencontro. O encontro entre os tucanos paulistas foi marcado por desencontros. Doria chegou a divulgar em sua agenda oficial que se reuniria com Jereissati no gabinete da Prefeitura sem a presença de Alckmin e FHC. O Palácio dos Bandeirantes foi pego de surpresa com a informação, já que Alckmin não divulgou em sua agenda oficial que teria uma reunião com o presidente interino do PSDB. 

Somente no fim da tarde é que assessores de Alckmin e Doria afinaram a agenda e definiram que o encontro seria no apartamento de FHC, no bairro Higienópolis. Alckmin e Doria saíram da reunião em carros separados e não falaram com a imprensa. Já Jereissati deixou o apartamento do ex-presidente cerca de 40 minutos depois e concedeu uma entrevista coletiva.