A jurista Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), disse nessa sexta-feira, 19, que não consegue parar de pensar na "decepção de Tancredo (Neves)", avô do senador Aécio Neves, envolvido em um esquema de corrupção após delação e gravação que indica recebimento de R$ 2 milhões da JBS.
"Quando pedi o impeachment da presidente Dilma, eu disse que também pensava em seus netos. E eu estava falando a verdade!", lembrou Janaína, em seu Twitter. "Naquele momento, pensei nos netos; neste, penso no avô. Não consigo parar de refletir sobre a decepção de Tancredo."
Segundo Janaína, que afirma que "praticamente não dormiu", quando Tancredo Neves morreu, ela tinha 10 anos e chorou "como se ele fosse meu avô", escreveu.
"Eu prometi a Tancredo que olharia pelo país e confesso que acreditei que os netos dele também tinham esse sentimento", disse. "Como se mancha o nome de um verdadeiro herói nacional, um mito, por dinheiro?". A advogada diz, ainda, que Aécio não pode mais compor o Senado Federal.
Ela cita ainda a carta aberta de Joesley Batista, da JBS, que pede desculpa a todos os brasileiros. No comentário, a jurista chama os irmãos empresários, Joesley e Wesley, de "algumacoisaleys"
"Eu me recuso a ler a nojenta carta de desculpas até os "algumacoisaleys" devolverem o nosso dinheiro. Prostituem a nação e fazem cartinha?!", escreveu. "Queremos saber datas, valores, condições, eventuais montantes devolvidos e qual o saldo devedor da JBS ao BNDES."