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'Da minha parte eu cooperei', diz Cunha sobre análise de vetos

Presidente da Câmara afirma que não marcou sessão na Casa enquanto o Congresso convocou sessão para apreciar os vetos à chamada 'pauta-bomba'

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Por Carla Araujo e Daniel de Carvalho
Atualização:
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi eleito presidente da Câmara em fevereiro de 2015 e, em agosto deste ano foi denunciado so Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro no esquema de desvios na Petrobrás revelado pela Operação Lava Jato. Segundo a denúncia, Cunha teria recebido ao menos US$ 5 milhões em propinas referentes a contratos de navios-sonda da Petrobrás. Além disso, a Suíça revelou ter aberto uma investigação contra o peemedebista no exterior por corrupção e lavagem após um banco naquele país revelar a existência de contas em nome dele e de seus familiares. A investigação foi encaminhada ao procurador-geral da República Rodrigo Janot. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Brasília - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou que teve influência na decisão de deputados não comparecerem a sessão de vetos do Congresso e disse que fez o que podia. "Da minha parte eu cooperei, não marquei nenhuma sessão", disse Cunha. Segundo o presidente da Câmara, ele ligou para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), informando que não iria criar "nenhum obstáculo". 

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Na semana passada, para tentar incluir a apreciação de vetos relacionados a reforma eleitoral, Cunha marcou repetidas sessões e impediu a realização da sessão. Nesta terça, ele afirmou que, apesar de a decisão ter sido tomada pelos líderes e ele como presidente apenas ter cumprido a vontade da maioria, apenas ele ficou com o ônus de ter adiado a sessão. "Na semana passada eles tomaram essa decisão e o ônus ficou em cima de mim", disse. "Essa semana vou ficar na minha posição. Não vou marcar sessões para evitar isso (a apreciação dos vetos). Eles, se forem o caso, é que vão ou não obstruir. Não cabe a mim." 

Questionado se a insatisfação de alguns partidos com a reforma ministerial e a tentativa de pressionar Renan para que o Senado aprecie a PEC da reforma política foram as razões que fizeram os deputados esvaziarem a sessão de hoje, Cunha disse que ouviu "várias motivações". Ele reforçou que não foi pela reforma política "que o governo obteve ou não apoio". "O que contribuiu foi a falta de deputado, por causa da hora. É aquela história, sujeito perdeu a eleição porque faltou voto", disse Cunha, ressaltando que historicamente não há às terças-feiras pela manhã quórum para deliberar em sessões. "Se amanhã não der é porque aí eles não querem votar. Ai é outra coisa."

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