Brasília - Ao abrir a sessão da CPI da Petrobrás, na manhã desta terça-feira, 10, o presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), informou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu para ser ouvido na próxima quinta-feira, 12. Cunha é um dos 50 nomes que serão investigados por suspeita de envolvimento no esquema de desvios na estatal.
"Ele está vindo de forma espontânea", afirmou Hugo Motta. O depoimento do peemedebista será feito no mesmo dia da oitiva do ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) pediu que sejam votados o requerimento de convocação de todos os investigados da Operação Lava Jato. Para ele, o depoimento de Cunha deveria ser marcado em outra ocasião, seguindo ordem de prioridade. "A CPI deveria escolher o melhor momento para ouvir esse depoimento. Isso pode ser prejudicial", apelou Valente.
Outros parlamentares, no entanto, consideraram relevante que o deputado, por ser presidente da Câmara, dê explicações o quanto antes ao colegiado.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) sugeriu que o depoimento fosse realizado em dia diferente da oitiva de Gabrielli para não comprometer a sessão. Hugo Motta, no entanto, afirmou que Eduardo Cunha terá cerca de uma hora para se manifestar, o que não atrapalharia o andamento da sessão.
Cunha será investigado pela prática de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O deputado aparece nas delações do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, ambos presos. No depoimento do ex-diretor da estatal, Cunha aparece como beneficiário de Fernando Soares, o Fernando Baiano, operador do PMDB. O deputado teria recebido dinheiro de um aluguel de navio-plataforma. Os valores não foram contabilizados pela investigação. O deputado nega envolvimento com o esquema.
A sessão da CPI desta terça-feira vai ouvir o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, um dos delatores da Operação Lava Jato. Ele é o primeiro convocado da comissão. / Colaborou Lilian Venturini