Cunha pede para apresentar defesa antes de STF decidir pedido de prisão

Em texto, a defesa de Cunha argumenta que não há motivos para a prisão do parlamentar e afirma que são 'disparatadas' as alegações de que o deputado afastado esteja influenciando indevidamente a Câmara

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Por Isadora Peron
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente da Câmara afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) entrou, nesta quinta-feira, 9, com um pedido para que ele possa apresentar a sua defesa antes que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida sobre seu pedido de prisão, feito pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot.

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Para Janot, o afastamento de Cunha do mandato de deputado não foi o suficiente para ele parar de interferir no andamento das investigações que pesam contra ele na Operação Lava Jato e no Conselho de Ética da Câmara, que analisa sua cassação.

No pedido, a defesa de Cunha argumenta que não há motivos para a prisão do peemedebista e diz que são "disparatadas as alegações de que esteja exercendo qualquer tipo de influência indevida no âmbito da Câmara dos Deputados".

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) Foto: André Dusek|Estadão

"O requerente (Cunha) realmente não quer crer que certas alegações surrealistas e risíveis publicadas na imprensa fundamentaram o requerimento da PGR, como as de que possa ter influenciado remotamente a atuação do Conselho de Ética utilizando-se de parlamentares e de outras pessoas, como se estas não possuíssem vontades e interesses próprios - afirmações estas que servem a interesses que certamente não são os do ora requerente", diz o texto.

O pedido de prisão vai ser analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo. O mais provável é que ele decida o caso monocráticamente e leve o seu entendimento para ser referendado pelos demais ministros em plenário.

No início de maio, o Supremo decidiu, por unanimidade, afastar Cunha de seu mandato de deputado e, consequentemente, da presidência da Câmara. Ele já é réu na Lava Jato, além de ser alvo de uma denúncia e de pelo menos outros quatro processos que apuram tanto a sua ligação com o esquema de corrupção da Petrobrás quanto o seu papel no grupo que teria atuado para desviar receitas de Furnas.

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