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Cunha diz que parecer do TCU sobre contas pode 'turbinar' pedido de impeachment

Presidente da Câmara pondera que processo sobre balanço de Dilma ainda está começando, mas que rejeição pode fundamentar outros requerimentos; parlamentar analisa ainda, duas demandas de afastamento

Por Carla Araujo
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta sexta-feira, 2, que começou a estudar mais dois pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff e destacou que caso o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeite as contas de Dilma é provável que o argumento fundamente outros pedidos de impeachment. "Se esse parecer provocar a rejeição das contas e a rejeição das contas for aprovada pelo Congresso Nacional provavelmente vai fundamentar um outro tipo de pedido", disse. "Eu acho que tem um conteúdo de politicamente turbinar (o processo de impeachment)."

O TCU confirmou nesta sexta que os ministros da corte vão se reunir na próxima quarta-feira para emitir o parecer prévio sobre as contas de 2014 da presidente. O ministro relator do processo, Augusto Nardes, já distribuiu seu voto e o relatório da unidade técnica. Conforme adiantou o Estado, Nardes vai recomendar a rejeição das contas.

O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) Foto: André Dusek/Estadão

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Cunha pondera que o processo relacionado à análise das contas ainda está começando. "O Tribunal de Contas tem a obrigação de fazer o parecer sobre a aprovação ou rejeição das contas que serve de base para esse parecer ser confirmado ou não pelo Congresso Nacional. É um processo que está começando e que ainda vai levar muito tempo", disse.

Despachos. O presidente da Câmara afirmou ainda que estudou mais dois pedidos de impeachment e que por se tratarem de peças "mais substanciais" ainda não tomou uma decisão a respeito. "Confesso que estudei bastante, mas vou levar para casa para estudar. Tem dois aí que são um pouco mais substanciais. Não são aqueles do (jurista) Hélio Bicudo, mas são anteriores àquele com alguma substância", disse. Segundo Cunha, a argumentação dos processos são similares. "Na hora que você decidir você sinaliza o que vai acontecer com outro. Então, talvez nesse caso eu prefira juntar e tomar uma decisão única", afirmou.

Cunha já indeferiu nesta semana cinco dos 13 pedidos existentes.Os pedidos rejeitados até agora, que alegavam crime de responsabilidade e ligavam a presidente aos escândalos de corrupção, foram rejeitados por problemas regimentais ou por não trazerem provas concretas contra a presidente. Até o fim da semana que vem ou no máximo em duas semanas ele pretende despachar os restantes. "Eu estou tentando ser o mais célere possível", disse. "Eu não vou simplesmente canetar tudo sem uma justificativa", completou. 

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