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Cunha diz que depoimento de doleiro foi 'absolutamente desnecessário'

Leonardo Meirelles disse ao Conselho de Ética da Câmara que Alberto Youssef confirmou repasse de US$ 5 mi para o presidente da Casa; 'não existe fato novo', avalia o peemedebista

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Por Igor Gadelha e Daiene Cardoso
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que o depoimento do doleiro Leonardo Meirelles no Conselho de Ética da Casa, nesta quinta-feira, 7,  foi “absolutamente desnecessário”. Segundo o peemedebista, Meirelles não trouxe nenhum fato novo.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) Foto: André Dusek|Estadão

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“Não existe ali nem um fato, que dirá prova. É sempre uma tentativa de tentar me atribuir coisas as quais eu não sou partícipe. Então, não vejo nem como comemoração nem como derrota. Vejo que esse depoimento é absolutamente desnecessário”, afirmou Cunha em entrevista coletiva.

Em depoimento, Meirelles disse que o doleiro Alberto Youssef confirmou informalmente para ele que teria repassado cerca de US$ 5 milhões ao presidente da Câmara em 2012, a pedido do lobista Júlio Camargo. Segundo Meirelles, o dinheiro foi entregue em espécie em um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio.

O doleiro afirmou, no entanto, não ter, "a princípio", conhecimento de ter feito transferências bancárias de contas de suas empresas para contas do presidente da Câmara no exterior, nem saber se Cunha tem contas secretas fora do País, objetivo principal da investigação no Conselho de Ética.

Cunha afirmou que a acusação de Meirelles já foi desmentida durante sua campanha para a presidência da Câmara. O peemedebista disse que comprovou que a casa no condomínio onde um emissário de Youssef disse ter entregue o dinheiro não pertence a ele e sim a um funcionário do governo do Estado do Rio.

Cunha é alvo de processo no Conselho de Ética sob acusação de ter mentido que não tinha contas secretas no exterior durante depoimento à CPI da Petrobras na Câmara em 2015. Investigações da Operação Lava Jato, contudo, apontam que o peemedebista possui contas na Suíça que foram supostamente abastecidas por recursos desviados da estatal.

A defesa de Cunha reitera que o parlamentar não mentiu. Ele não possui contas no exterior em seu nome, mas, sim, offshores. Os advogados insistem que os valores que o presidente da Câmara tem no exterior foram transferidos para trustes no passado. 

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