BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), declarou nesta terça-feria, 10, que decidiu por iniciativa própria, sem cobranças externas, apresentar os carimbos em seu passaporte alusivos às 37 viagens ao antigo Zaire para fazer negócios. Segundo Cunha, a intenção de mostrar o passaporte foi combater a "especulação" em torno da versão apresentada na semana passada. O parlamentar disse estar "completamente confiante" de que vai provar sua inocência.
Num primeiro momento, Cunha evitou falar dos vistos de entrada no país africano e disse que se tratava de conversa reservada com deputados. "Isso foi apenas para mostrar a eles que não existe história, existe fato. Só isso", justificou.
O presidente da Câmara evitou confirmar o número de viagens informadas por líderes partidários alegando que não queria antecipar sua defesa no Conselho de Ética. "Apenas mostrei, dei uma simples prova de que o conteúdo do que a gente estava divulgando era verossímil", argumentou. Segundo Cunha, a intenção de mostrar o passaporte foi combater a "especulação" em torno da versão apresentada na semana passada.
Defesa. Cunha anunciou, também nesta terça, que pretende encaminhar ao Conselho de Ética até a próxima segunda-feira, 16, sua defesa prévia no processo por quebra de decoro parlamentar.
"Ele (advogado) vai apresentar uma defesa preliminar provavelmente até segunda-feira. Na realidade, fui notificado somente ontem. Ele vai apresentar até segunda-feira, na primeira hora, uma defesa preliminar. A partir daí, vamos aguardar um parecer preliminar para, a partir daí, sim, ver o que vai fazer", informou.
Paulinho. A confirmação de seu aliado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) como titular do Conselho de Ética não trouxe, em suas palavras, nem "alívio", nem "angústia". Cunha disse que não houve combinação para que o aliado assumisse uma vaga do partido no colegiado. "Não tenho que combinar nada com ninguém. Ele é juiz do direito e do dever dele ou da vontade dele", afirmou.