BRASÍLIA - A CPMI da JBS no Congresso decidiu nesta quarta-feira, 4, colher o depoimento do advogado Willer Tomaz de Souza em sessão secreta. O advogado é suspeito de ter interferido na negociação da delação premiada do empresário Joesley Batista, da JBS, ao intermediar o pagamento de propina para que o procurador Ângelo Goulart Villela vazasse informações de investigações em curso. Ele foi preso no dia 18 de maio, durante a Operação Patmos.
+++ CPI mista da JBS aprova quebra de sigilos de Miller e de executivos da JBS
+++ 'Jamais' BNDES apoiou empresas para fechar concorrentes, diz ex-presidente do banco
Em sua delação premiada, Joesley disse que conheceu Villela por meio de Tomaz de Souza, contratado para defender a Eldorado, empresa da holding J&F. O procurador teria recebido pagamentos mensais de R$ 50 mil para beneficiar a empresa. De acordo com o Ministério Público Federal, Souza usou de sua relação com Villela, integrante da força-tarefa da Greenfield, "para obter informações sigilosas sobre a operação e repassar a seus clientes". O advogado apresentou pedido para a CPMI para que a sessão fosse secreta pelo fato de o processo contra ele estar em sigilo. O requerimento foi aprovado de forma secreta pelos parlamentares presentes na sessão. A CPMI tem como objetivo investigar irregularidades envolvendo a empresa de processamento de carnes e o acordo de delação premiada que a empresa firmou com a Procuradoria-Geral da República.