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'CPMF é tiro no peito da sociedade', diz Skaf ao rebater Mantega

Presidente da Fiesp critica declaração de ministro contra apoio da entidade ao fim do tributo

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Por Redação
Atualização:

O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, rebateu nesta segunda-feira, 3, as afirmações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o apoio da entidade ao fim da cobrança da CPMF seria um "tiro no pé". "A CPMF é que é um tiro no peito da sociedade", afirmou, em entrevista à Agência Estado.   Veja também:    Entenda a cobrança da CPMF  Oposição já contabiliza baixas e quer adiar votação da CPMF Viana acusa aliados de 'desatenção' com a CPMF Para Lula, não-aprovação da CPMF seria 'estupidez' Governo quer resolver sucessão de Renan antes de votar CPMF Mantega afirma que Fazenda não tem plano B para a CPMF     Skaf criticou o adiamento do anúncio da nova política industrial do governo por conta das incertezas da prorrogação da contribuição. "De que política estamos falando, de uma que saiu da cartola às vésperas da votação da CPMF?", questionou. O presidente da Fiesp argumentou que o assunto não pode ser usado como moeda de troca nesse momento. "A política industrial é para o País, não para os empresários", afirmou. Ele negou, porém, ter interpretado as declarações do ministro ao jornal O Estado de S.Paulo como uma ameaça ao setor. "Eu diria que se trata de uma posição infeliz", contemporizou.     Segundo Skaf, a extinção da CPMF será a única oportunidade de se obter uma desoneração fiscal, já que a proposta de reforma do governo não contempla a redução da carga tributária. "O projeto trata de temas importantes, como o fim da guerra fiscal e a simplificação, mas o fim da CPMF é talvez a única chance de a sociedade conseguir a redução de impostos", defendeu.     O presidente da Fiesp também respondeu às insinuações de Mantega de que não teria representatividade para tratar da questão. "Fui reeleito com 99,5% de apoio e tenho um mandato de quatro anos", ressaltou. De acordo com Skaf, a posição da entidade sobre a eliminação da CPMF debatida e aprovada por unanimidade. Ele lembrou ainda que o movimento contra a contribuição possui a participação não apenas da Fiesp como também de "quase três centenas" de instituições.   Sem barganha   Skaf descartou uma mudança na posição contra a CPMF por conta das concessões feitas pelo governo no Senado para a aprovação da matéria. "A nossa posição nunca foi de concessão. Não buscamos barganhas", afirmou.   Para o presidente da Fiesp, o fim da CPMF está atrasado em oito anos, já que o projeto que criou o tributo, em 1996, previa a vigência por apenas três anos. "O maior erro foi termos sido tolerantes no passado", avaliou. Ele afirmou que o momento atual é o ideal para a extinção da contribuição, em conseqüência do aumento da arrecadação.     Skaf negou que seja contra os programas sociais do governo, como afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, ou que a eliminação da contribuição represente uma ameaça a iniciativas como o Bolsa-Família.   Sem plano B   O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse estar confiante na eliminação da cobrança da CPMF na votação do Senado, mas negou ter um "plano B", caso o governo saia vitorioso no plenário.   Skaf disse que as divergências em relação à CPMF aparentemente não afetaram o bom relacionamento que mantém com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O empresário lembrou que sempre teve boas relações com integrantes de todos os partidos e que declarou apoio público a Lula nas eleições de 2002.

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