CPI mista do Cartel no metrô de SP encerra sem ter começado

Criada para contrapor a investigação sobre a Petrobrás, comissão chega ao fim sem realizar uma única reunião

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Por Isadora Peron
Atualização:
Diversas reuniões foram canceladas por falta de quórum e a CPI chegou ao fim sem sequer ter escolhido os nomes para ocupar a presidência e a relatoria da comissão Foto: Divulgação

Brasília - Criada para fazer contraposição à investigação de irregularidades na Petrobrás no Congresso, a CPI mista que tinha como objetivo apurar denúncias de cartel do Metrô de São Paulo encerrou suas atividades nesta terça-feira, 9, sem realizar uma única reunião.

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O requerimento para que a comissão fosse arquivada foi lido nesta terça em plenário pelo senador Paulo Paim (PT-RS). O prazo para que os trabalhos da CPI fossem prorrogados se encerrou no último dia 3, mas nenhum parlamentar pediu para que isso ocorresse.

A comissão foi criada em maio deste ano como uma resposta da base governista aos partidos da oposição, que conseguiram aprovar a abertura de uma CPI para investigar o esquema de corrupção na Petrobrás.

A intenção do PT era desgastar o PSDB, já que a gestão do tucano Geraldo Alckmin estava no centro do escândalo. Apesar disso, os governistas ficaram com medo de que as acusações pudessem respingar no governo, já que as principais empresas do cartel, como a Alstom e a Siemens, também mantêm contratos na esfera federal.

Diversas reuniões foram canceladas por falta de quórum e a CPI chegou ao fim sem sequer ter escolhido os nomes para ocupar a presidência e a relatoria da comissão.

Na semana passada, a Polícia Federal concluiu o inquérito sobre o cartel metroferroviário que operou em São Paulo entre 1998 e 2008. Foram indiciados 33 investigados. Entre eles, estão servidores públicos, doleiros, empresários e executivos de multinacionais do setor que teriam participado do conluio para obter contratos com o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

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