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CPI da Petrobrás aprova convocações de tesoureiro do PT e presidente do BNDES

Também foram aprovadas as quebras dos sigilos bancário, telefônico e fiscal do ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque e do ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco, que será ouvido novamente pela comissão

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Por DAIENE CARDOSO E DANIEL CARVALHO
Atualização:

Atualizado às 22h30 Brasília - Cada vez mais isolado na CPI da Petrobrás na Câmara, o PT viu na tarde desta terça-feira, 24, a comissão aprovar três requerimentos de convocação de pessoas ligadas ao partido – inclusive seu tesoureiro, João Vaccari Neto. Por sua vez, o PMDB conseguiu blindar os três operadores apontados pela Operação Lava Jato que relacionam a legenda ao esquema de corrupção na estatal.  Dentre os 97 requerimentos aprovados, estão os de convocação de Vaccari, do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e de novo depoimento de Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da Petrobrás, já ouvido pela CPI. Foram solicitados depoimentos do presidente do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), Nilo Vieira; de Venina Velosa, ex-gerente executiva da Diretoria de Refino e Abastecimento da Petrobrás; e de Augusto Mendonça, executivo da Toyo Setal. As datas desses depoimentos ainda não foram marcadas.

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é um dos investigadospelo supostoenvolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás Foto: Sergio Castro/Estadão

Os deputados também concordaram em pedir a quebra dos sigilos telefônico, bancário e fiscal de Barusco e de seu antigo superior, o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, vinculado ao PT. Amanhã, seria ouvido o representante da SBM Offshore no Brasil, Júlio Faerman, mas ele não foi encontrado pela comissão. Segundo Barusco, foi a Faerman que ele pediu os US$ 300 mil entregues a Vaccari para a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010.  Para substituir o depoimento de Faerman, a CPI convocou às pressas a ex-presidente da Petrobrás Graça Foster, que já prestou depoimento a outras comissões do Congresso, inclusive à CPI mista aberta no ano passado. “Ficar ouvindo apenas ex-presidentes e ex-diretores da Petrobrás não fica uma imagem muito boa para a CPI”, disse o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), relator da comissão da Câmara.  Conforme o Estado divulgou na semana passada, partidos que integram a CPI fizeram acordo para não convocar políticos para prestar depoimento. Se os investigados quiserem, podem se apresentar espontaneamente. Até o momento, apenas o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), falou voluntariamente, em sessão na qual acabou elogiado pela quase unanimidade dos integrantes da comissão.

O ex-gerente da Petrobrás, Pedro Barusco, durante depoimento à CPI da Petrobrás da Câmara Foto: ED FERREIRA/ESTADÃO

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A derrota do PT só não foi maior porque seus representantes na comissão obstruíram a sessão com longos pronunciamentos, impedindo que acareações e a convocação da mulher de Renato Duque fossem votadas. 
Luiz Sérgio, por exemplo, leu lentamente cada um dos quase 100 requerimentos votados nesta terça. Com o início da sessão no plenário da Câmara, a reunião da CPI teve de ser encerrada. 
Blindado. Partido que comanda não só a CPI da Petrobrás, como também a Câmara e o Senado, o PMDB blindou os supostos operadores ligados à legenda. Não foram convocados o lobista Fernando Baiano, o policial Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca e apontado como “carregador de malas de dinheiro” do doleiro Alberto Youssef, e o executivo da Toyo Setal Júlio Camargo, um dos delatores que afirmam ter pago ao menos R$ 154 milhões em propina a pessoas tidas como operadores do PT e do PMDB dentro da Petrobrás. 
Hugo Motta (PMDB-PB), presidente da CPI, nega que tenha protegido seu partido. “Não se blinda ninguém que você pauta. Estou pautando todos os requerimentos”, afirmou.

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