CPI da Navalha não tem assinaturas suficientes

Mesa da Câmara confere lista e vê que tem um nome a menos que o necessário

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Por Redação
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Os autores do requerimento que defende a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar fraudes em licitação a partir da Operação Navalha, desencadeada pela Polícia Federal, não conseguiram o número mínimo de assinaturas de deputados necessária para a criação da CPI. O pedido de CPI foi protocolado na quarta-feira. A secretaria geral da Mesa da Câmara conferiu as assinaturas e constatou que das 172 apresentadas, uma está ilegível e a do deputado Paulinho da Força (PDT-SP) não confere. Portanto, ficaram confirmadas 170 assinaturas, uma a menos do que o necessário. No caso de CPI mista, até a leitura e a publicação do requerimento poderá haver alteração do número com a inclusão ou retirada de apoios. O requerimento obteve 30 assinaturas de senadores, 3 a mais do que o mínimo exigido. A Mesa determinou a realização de uma nova checagem na lista de nomes.O Senado ordenou uma nova conferência das listas para evitar confusão, pois há, entre alguns parlamentares, a suspeita de que o número de assinaturas inválidas possa ser maior. Na semana passada, o congresso obteve as assinaturas necessárias para a criação da CPI que investigará as denúncias de irregularidades identificadas pela Operação Navalha, da Polícia Federal. Foram obtidas 173 assinaturas na Câmara, duas a mais que o mínimo necessário. Os deputados responsáveis pela coleta das assinaturas acusam o governo de manobrar para impedir a CPI e já prevêem uma operação da base governista para retirar alguns dos apoios e inviabilizar a investigação. "Padre Antônio Vieira diz que até numa sociedade de ladrões há um mínimo de ética", disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), referindo-se à possível retirada de assinaturas do requerimento. Operação Navalha Operação Navalha da Polícia Federal prendeu no dia 17 de maio, 47 integrantes de uma quadrilha que fraudava licitações de obras do governo - incluindo projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Luz Para Todos. Entre os envolvidos na operação, estão figuras do cenário político nacional, como o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares, o atual, Jackson Lago, e dois de seus sobrinhos. Silas Rondeau, ex-ministro de Minas e Energia, pediu demissão do cargo após ser acusado de receber R$100 mil em propina da Gautama, construtora considerada pivô da operação. (Colaborou João Domingos) Texto atualizado às 15h40

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