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Corte Europeia nega recurso e mantém extradição de Pizzolato

Era o último recurso do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, que retorna ao Brasil nesta quarta-feira, 7, acompanhado de agentes da Polícia Federal em um voo comercial

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Por Janaína Cesar
Atualização:
Henrique Pizzolato, ex-diretor do BB condenado no processo do mensalão Foto: Mastrangelo Reino/Estadão

A Corte Europeia de Direitos Humanos, na França, negou o recurso apresentado pela defesa de Henrique Pizzolato para que a extradição do condenado no processo do mensalão fosse suspensa. Este era o último recurso de Pizzolato. A informação foi dada por seu advogado Alessandro Sivelli. O ex-diretor de marketing do bando do Brasil será devolvido ao Brasil nesta quarta-feira, 7. Ele parte de Milão, em voo comercial da Tam. Três agentes da Polícia Federal, acompanhados de uma enfermeira, chegaram em Milão na segunda para organizar toda a parte burocrática da entrega. Sivelli enviou uma carta a jornalistas onde cita as condições das prisões brasileiras, lembrando que a Corte de Apelação de Bolonha havia negado a extradição justamente por causa "das notícias provenientes de órgãos internacionais que indicavam como dramática e endêmica a situação carcerária brasileira". O advogado ainda lembra que o próprio ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse "preferir morrer, ao ser preso num cárcere brasileiro". Sivelli também retoma o argumento usado por Pizzolato, de que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal em única instância e que não teria tido direito a ampla defesa.  Sivelli aponta o dedo ao ministro da Justiça italiano, Andrea Orlando. "Apesar de (o ministro) ser consciente sobre as condições das prisões brasileiras, ele concedeu a extradição, desse modo também impedindo que Henrique Pizzolato tivesse direito a defesa no processo penal que o vê imputado na Itália e cuja audiência estava marcada para o dia 14 de dezembro". Ele cita também que o Ministério da Justiça italiano em 2001 negou o pedido de extradição ao Brasil de um cidadão que havia cometido os mesmos crimes pelos quais foi condenado Pizzolato por falta reciprocidade.  O advogado termina a carta perguntando "qual será a verdadeira razão para que o governo italiano pise nos direitos de Henrique Pizzolato, cidadão italiano que esperava de obter na Itália justiça que no Brasil lhe fora negada".

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