Contra impeachment, MST invade sedes de instituto de terras no Pontal

Grupos reivindicam também mais rapidez na arrecadação de terras públicas para assentar famílias acampadas; Itesp diz que reforma agrária é competência do governo federal

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - Em ato contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) invadiram na manhã desta sexta-feira, 29, os escritórios do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) nas cidades de Mirante do Paranapanema e Presidente Venceslau, no Pontal do Paranapanema, oeste paulista. Os grupos reivindicam também mais rapidez na arrecadação de terras públicas para assentar famílias acampadas.

Integrantes do MST na sede do Itesp em Mirante do Paranapanema Foto: MST/Divulgação

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De acordo com a Polícia Militar, cerca de 40 pessoas ocupam o prédio de Mirante e aproximadamente 70 estão na unidade de Venceslau, mas de forma pacífica. O MST, no entanto, informou que há 100 militantes em cada lugar. De acordo com o movimento, foi assinado um convênio entre o governo federal e o Estado para arrecadar 32 mil hectares de terras públicas na região, mas até agora nenhuma família foi assentada. Em faixas, os manifestantes denunciam o "golpe do PMDB, com Temer, Eduardo Cunha, e do PSDB contra a presidente Dilma".

Em nota, o Itesp informou que a reforma agrária é de competência do governo federal e que, em 2014, foi firmado um convênio a fim de agilizar o processo de reversão de terras devolutas para instalar assentamentos. "Mas elas só serão arrecadadas caso os possuidores manifestem interesse na realização dos acordos", informou.

Segundo o Itesp, uma área já teve o pagamento efetuado em Mirante do Paranapanema e há negociação envolvendo mais três fazendas na região. À tarde, o órgão negociava a saída dos ocupantes.