Condoleezza Rice diz que há crise de governança no Brasil

Ex-secretária de Estado dos Estados Unidos citou a presidente Dilma Rousseff como exemplo durante uma palestra em Nova York ao afirmar que ela foi mal reeleita e já é alvo de pedido de impeachment

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Por Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:

NOVA YORK - A ex-secretária de Estado dos Estados Unidos Condoleezza Rice afirmou em uma palestra em Nova York que há uma crise de governança em várias partes do mundo e ressaltou o caso do Brasil, dizendo que a presidente Dilma Rousseff mal foi reeleita e já se começou a se falar de impeachment. 

A ex-secretária de Estado Condoleezza Rice Foto: SABAH ARAR/EFE

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"Há uma crise de governança em quase todo o mundo", disse Condoleezza, citando entre os exemplo, além da questão do impeachment no Brasil, o descontentamento da população na Índia com o governo de Narendra Modi e a crise provocada pelos refugiados na Europa. "No Brasil há alguns anos Dilma Rousseff foi eleita, agora reeleita e já se fala em impeachment." 

Apesar dos problemas do Brasil, Condoleezza afirmou ter confiança na América Latina e disse que alguns países da região estão indo bem, como o Chile, Peru e Colômbia. A ex-secretária de Estado dos EUA, que ocupou o cargo de 2005 a 2009, no governo de George Bush, participou de um evento da Fitch Ratings para discutir perspectivas para os mercados emergentes. 

Condoleezza ressaltou em sua apresentação que há um senso de "desordem" e "perigo" no sistema internacional neste momento. Ela mencionou uma série de crises, passando pela situação no Oriente Médio, o problema dos refugiados na Europa e os conflitos na Ucrânia. 

Questionada sobre quais países em desenvolvimento ela vê com mais otimismo, a ex-secretária de Estado citou alguns mercados da África, como Gana e Quênia, que têm apresentado situação política mais estável e vêm combatendo a corrupção. Ela ainda mencionou Chile, Colômbia e Peru, na América Latina, e a Índia, o emergente que mais deve crescer este ano, com o Produto Interno Bruto (PIB) avançando acima de 7%.

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