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Condenado do mensalão, Roberto Jefferson se casa com festa de R$ 100 mil

Presidente de honra do PTB, que cumpre pena domiciliar, oficializa união de 13 anos; bolo terá boneco do Lobo Mau no lugar do noivo

Por Luciana Nunes Leal
Atualização:

RIO - Dez anos depois de denunciar o esquema do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson, de 61 anos, presidente de honra do PTB, vai se casar na manhã desta sexta feira, 29, com a enfermeira Ana Lúcia Novas, de 46, com quem vive há 13. Jefferson chegou à casa de festas Ilha de Capri, na cidade de Três Rios, a 123 quilômetros da capital, às 9h40, surpreendido pela chuva que cai desde a madrugada. 

"Mas [a chuva] não vai atrapalhar a festa. Não vou mentir, estou nervoso. Mandei vir uma tendas de última hora. Quero que à noiva tenha um dia lindo", disse.

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Jefferson testou o som e preparou a voz para cantar as músicas "Fascinação" e "Dio come ti amo". O ex-parlamentar costuma dizer que se sentiu como um Lobo Mau com Chapeuzinho Vermelho ao se apaixonar por Ana Lúcia, que gosta de sapatos vermelhos, e escolheu um par para o casamento. A brincadeira foi parar no bolo de casamento: os bonequinhos no topo trazem, no lugar do noivo, um Lobo Mau na coleira, preso pela noiva.

A comemoração vai custar R$ 100 mil, segundo cálculos do noivo. Sobre o valor, Jefferson reclama: "Querem botar preço no meu amor, e meu amor não tem preço". Na quinta-feira, o casal esteve duas vezes na casa de festas para os últimos preparativos. Na manhã desta sexta, às 8h30, Jefferson e Ana Lúcia foram ao cartório em Levy Gasparian, cidade da noiva, vizinha a Três Rios, formalizar a união civil. A cerimônia na casa de festas começa às 11 horas. 

Poucos políticos estão entre os 300 convidados: os deputados Benito Gama (BA), Campos Machado (SP) e Cristiane Brasil (RJ, filha de Jefferson), todos do PTB. "Esta não é uma festa política", disse o noivo. Desde 16 de maio, Jefferson, condenado a 7 anos e 14 dias de prisão, está em regime domiciliar. Ele teve autorização da Justiça para casar e passar quatro dias em Levy Gasparian.

Jefferson se irrita quando é chamado de delator do mensalão. "Delação premiada é coisa de canalha", repetiu. O ex-deputado afirma ter feito uma denúncia pública e foi condenado a pena a mais dura que outros políticos envolvidos.

Condenado a 7 anos e 14 dias de prisão, cumpriu oito meses em regime fechado em presídio em Niterói (cidade na região metropolitana), foi transferido ao semiaberto e há duas semanas cumpreprisão domiciliar, sem uso de tornozeleira eletrônica. Ele tem obrigação de se apresentar uma vez por mês à Vara de Execuções Penais (VEP) e é proibido de sair à noite, frequentar reuniões públicas e encontros partidários.

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