Brasília - A comissão externa da Câmara que vai acompanhar as investigações sobre a possibilidade de pagamento de propina a funcionários da Petrobrás na Holanda adiou novamente a primeira reunião de trabalho, que seria realizada às 14h30 desta terça-feira,8. Apenas quatro dos nove membros do grupo apareceram, quando o número mínimo para abrir as discussões é de cinco parlamentares.
Dessa vez, o encontro foi remarcado para esta quarta, às 15h. Nesta manhã, a reunião já havia sido suspensa por falta de quórum. Segundo o coordenador da comissão externa, Maurício Quintella Lessa (PR-AL), três deputados do grupo não estão em Brasília, dois deles por estarem tratando de definições políticas em seus Estados, e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) por motivo de saúde.
Para o deputado Fernando Francischini (SDD-PR), membro da comissão, não é possível dizer que há uma manobra para que os trabalhos não evoluam. O parlamentar, entretanto, deixou um recado. "Se amanhã, a gente verificar que isso vai terminar em pizza, nós vamos abrir mão da permanência na comissão e tenho certeza que outros deputados vão nos acompanhar", disse. "Nós não vamos fazer parte de um teatro", concluiu.
Holanda. A comissão para investigar as suspeitas de propina a funcionários da estatal na Holanda foi criada em março na Câmara, em meio aos embates do governo federal com o chamado "blocão" de partidos insatisfeitos com a articulação política de Dilma Rousseff no Congresso. A comissão externa foi criada após vir à tona uma denúncia de que a empresa holandesa, SBM Offshore teria pago US$ 139,2 milhões em propina para firmar contratos de alocação de plataformas petrolíferas no Brasil.