Começa julgamento do caso Ceci Cunha, assassinada há 13 anos

Irmã da deputada que estava no local do crime foi a primeira a testemunhar; julgamento deve durar três dias

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Por Redação
Atualização:

MACEIÓ - Começou na manhã desta segunda-feira, 16, o julgamento dos acusados pelo assassinato da deputada Josefa Santos Cunha, conhecida como Ceci Cunha, e de três familiares - o marido, Juvenal Cunha, a sogra, Ítala Neyde Maranhão Pureza e o cunhado, Iran Carlos Maranhão. A sessão é transmitida pela internet e o julgamento deve durar três dias.

 

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Eles foram mortos na varanda da casa de Ítala, no bairro de Gruta de Lourdes, em 16 de dezembro de 1998, no episódio que ficou conhecido como Chacina da Gruta. A irmã da deputada, que estava no local do crime, foi a primeira a testemunhar.

 

Todos os acusados pelo crime compareceram à audiência inicial, presidida pelo juiz federal André Luís Maia Tobias Granja. São eles o ex-deputado federal Talvane Luiz Cunha de Albuquerque Neto, apontado pelo Ministério Público Federal como o mandante, e quatro de seus assessores e seguranças, Alécio César Alves Vasco, Jadielson Barbosa da Silva, José Alexandre dos Santos e Mendonça Medeiros da Silva, que seriam os executores. O julgamento começou com a escolha dos integrantes dos sete integrantes do júri popular que analisará o caso. Os seis advogados dos cinco acusados rejeitaram todos os jurados do sexo feminino e os mais jovens que foram sorteados pelo juiz. Aprovaram apenas homens, todos aparentando mais de 40 anos.

 

Sobrevivente. Após a escolha dos jurados, foi ouvida a primeira testemunha de acusação, Claudinete Santos Maranhão, de 41 anos, irmã de Ceci e então casada com Iran Maranhão, sobrevivente da chacina. Ela manteve os depoimentos que havia prestado à polícia e ao Ministério Público ao longo das investigações. De frente para o juiz e a cerca de 5 metros dos acusados, que ficaram à sua direita, ela reafirmou que os familiares estavam, junto com ela, na varanda da casa quando dois homens entraram no imóvel, um deles empunhando uma arma de fogo.

 

Claudiente afirmou que conseguiu ver um dos assassinos - apontado como o segurança Jadielson Barbosa da Silva - e que se escondeu dentro da casa, logo depois de a sogra, Ítala, que estava na sua frente, ser atingida por um tiro de espingarda. Claudinete também contou ter ouvido, dos atiradores, a frase "a deputada é esta" e, incentivada pelo juiz, voltou a identificar Jadielson no tribunal, apontando para ele. Disse, porém, não ter condições para identificar os outros acusados.

 

Segundo o MPF, Talvane Albuquerque teria mandado matar Ceci Cunha para herdar dela o mandato na Câmara dos Deputados. Integrantes da mesma coligação - ela do PSDB e ele do então PFL (atual DEM) - os dois deputados disputavam a reeleição. Ceci, com 54.968 votos, foi a terceira mais votada da coligação, mas Albuquerque, que obteve 24.609 votos, acabou como o décimo mais votado, correspondente ao posto de primeiro suplente naquela eleição.

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