O secretário estadual da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, afirmou na tarde desta quinta-feira, 8, que o tenente-coronel da PM, Henrique Motta, foi afastado da atuação nas manifestações de rua pelo "Fora, Temer". Comandante do 45.º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Motta ironizou nas redes sociais a manifestante de 19 anos, Deborah Fabri, que perdeu a visão de um olho por causa de um estilhaço de bomba lançada pela PM.
"Até para preservar o policial e a ordem pública, ele vai deixar de fazer o comandamento nas manifestacões que estão ocorrendo. Das manifestações, não é de suas funções normais", disse Mágino. Também foram afastados dos atos de rua, segundo o secretário, os policiais que estavam na viatura que foi filmada atropelando um manifestante na semana passada.
O secretário afirmou que a secretaria investiga se houve excesso na atuação da polícia nos atos e que haverá punição se houver confirmação. "Podemos imaginar algumas situações que nós já estamos investigando que realmente fogem de qualquer protocolo", disse Mágino sobre a atuação da PM nos atos, citando casos em que jornalistas e frequentadores de bares foram agredidos por policiais.
Mágino disse que a intenção da secretaria é conversar com os manifestantes para que o Largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste da capital, não seja mais usado em atos de rua. Segundo ele, com apenas uma estação de metrô - a Faria Lima -, o local oferece poucas opcões para desafogar multidões. "Mas nós não vamos proibir o uso do Largo da Batata para manifestações", afirmou.
Grupo de trabalho. Nesta quinta-feira, foi criado um grupo de trabalho formado por entidades organizadoras dos atos e ligadas à Segurança Pública, do Judiciário, com a mediação do Ministério Público Estadual, para evitar novos casos de violência nas manifestações de rua. De acordo com o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, a ideia é "colocar todos os atores sociais juntos para que as manifestações aconteçam livremente a pacificamente".
A intenção, segundo ele, é que as reuniões aconteçam regularmente para que sejam estabelecidos procedimentos de segurança. De acordo com Smanio, não foi tratado nenhum caso específico. "O Ministério Público está acompanhando todas as denúncias de abusos", disse.