Com bens bloqueados, Duque pede à Justiça liberação de FGTS

Advogados do ex-diretor de Serviços da Petrobrás argumentam que por sua natureza, o Fundo não pode ser atingido pelo bloqueio

Por Erich Decat
Atualização:
Renato Duque, ao deixar a sede da PF em Curitiba (PR), em novembro de 2014 Foto: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press

Brasília - Com os bens bloqueados em razão do envolvimento no esquema de desvios na Petrobrás investigado na Operação Lava Jato, o ex-diretor da estatal, Renato Duque, apresentou por meio de seus advogados pedido para ter acesso aos recursos que dispõe no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), referentes às atividades realizadas na D3TM - Consultoria e Participações LTDA

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Conforme extrato bancário anexado na petição pelos advogados, Renato Duque recebeu três créditos sob a rubrica "CRED FGTS", nos montantes de R$ 502.255,72, R$ 54.220,10 e R$ 20.403,07, totalizando R$ 576.878,89.

"Independente do ajuizamento de ulterior reclamo visando ao total desbloqueio dos ativos, relativamente à conta 00020100-0, mantida pelo requerente junto à Caixa Econômica Federal (CEF), a constrição judicial recaiu sobre o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), direito do trabalhador de cunho impenhorável, a não ser, segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, quando se destina à quitação de pensão alimentícia", alegam os advogados no documento.

"Na medida em que o sequestro de bens pressupõe a forte suspeita a respeito da ilicitude da sua procedência, valores recebidos pelo trabalhador, a título de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, por sua natureza e origem, não podem ser abarcados pela excepcional medida patrimonial, daí o motivo de se postular o levantamento do numerário depositado à guisa de FGTS", ressaltam os defensores.

Responsável por conduzir as ações da Operação Lava Jato, o juiz Sérgio Moro determinou que fossem bloqueados até R$ 20 milhões das contas de cada investigado por formação de cartel, corrupção, fraudes em contratos e lavagem de dinheiro na Lava Jato.

 

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