Com base formada, PMDB já planeja disputa do governo do RJ

Partido elegeu Eduardo Paes em 1º turno na capital e prefeitos em outras 22 cidades no Estado

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Por Redação
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RIO - Com a expressiva vitória do prefeito Eduardo Paes (PMDB), reeleito na capital com 2,09 milhões de votos (64,60% do total), e a conquista de outras 22 cidades na região metropolitana e no interior do Estado, o PMDB do Rio estabeleceu uma base sólida para tentar viabilizar uma candidatura à sucessão do governador Sérgio Cabral (PMDB) em 2014.

 

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O nome do partido para a disputa até o momento é o do vice-governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Desconhecido pela maior parte do eleitorado, ele precisará da ajuda de prefeitos aliados para superar o senador Lindbergh Farias (PT) e o ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR) - ambos já anunciaram a intenção de disputar o governo do Rio daqui a dois anos.

 

A reeleição de Paes o tornaria um candidato natural à sucessão de Cabral em 2014. O prefeito reeleito, no entanto, já anunciou que faz questão de ser o anfitrião da Olimpíada de 2016. Ele seria candidato ao governo só em 2018.

 

Na segunda-feira, Cabral, Paes e Pezão foram a Brasília para agradecer à presidente Dilma Rousseff e a São Paulo para um encontro com o ex-presidente Lula. Os eventos demonstram que o trio já articula para 2014. Lindbergh reclamou da movimentação dos peemedebistas e já pede o fim da aliança entre os partidos.

 

"O resultado na capital faz de Paes um dos grandes eleitores para a disputa estadual de 2014", explicou a historiadora e especialista em política fluminense Marly Silva da Motta, da Fundação Getúlio Vargas. Ela destaca, no entanto, que o PMDB ainda deverá passar por um delicado processo interno para definir o candidato que disputará a sucessão de Cabral.

 

"É uma aposta certa que o sucessor de Cabral passa pelo PMDB. Mas o governador precisará negociar muito para definir a escolha do candidato. Ele não é o único chefe do partido", explicou Marly, citando o presidente da legenda no Rio, Jorge Picciani, e o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Melo.

 

Embora tenha vencido em 23 cidades e esteja disputando o segundo turno em outras quatro, o PMDB do Rio não repetiu o desempenho de 2008, quando fez 35 prefeitos. O prejuízo na eventual candidatura de Pezão poderá mitigado com as vitórias de PSC e PP, tradicionais aliados que venceram em 15 municípios.

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O PT de Lindbergh elegeu 10 prefeitos e disputa segundo turno em outras duas cidades. Mas as vitórias do senador petista são se limitaram ao seu partido. Ele se empenhou e cedeu pessoal para auxiliar candidatos do PDT, PSB e PV.

 

O partido também participou da vitória do candidato verde em Macaé, segunda cidade que mais recebe recursos dos royalties do petróleo, e ajudou a classificar aliados de outras legendas para o segundo turno nas três cidades mais populosas depois da capital: São Gonçalo (665,2 mil eleitores), Duque de Caxias (607,6 mil eleitores) e Nova Iguaçu (561,4 mil eleitores).

 

Depois de desistir de disputar o governo do Rio em 2010 a pedido do então presidente Lula, que queria o PT local apoiando a reeleição de Cabral, Lindbergh pode trocar de partido e seguir para o PSB, caso um novo acordo sacrifique sua candidatura ao governo em 2014.

 

Apesar de ter conseguido manter o domínio de sua cidade natal, com a reeleição de sua mulher, Rosinha Garotinho (PR) em Campos dos Goytacazes, no primeiro turno, Garotinho amargou uma impressionante derrota na capital do Estado. Sua filha, Clarissa, foi vice na chapa de Rodrigo Maia (DEM), filho do ex-prefeito Cesar Maia. Os dois tiveram 2,94% dos votos. O PR venceu em outras cinco cidades e disputa o segundo turno em mais duas.

 

Investimentos. O candidato do PMDB em 2014 vai contar com a ajuda de prefeitos do partidos eleitos em cidades estratégicas. A legenda venceu em Itaboraí, onde está sendo construído o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), empreendimento da Petrobrás estimado em US$ 20 bilhões, e em São João da Barra, cidade que está recebendo investimentos como o Porto do Açu, do empresário Eike Batista, orçado em R$ 3,8 bilhões.

 

Colaborou Vinícius Neder 

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